São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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CINEMA/ESTRÉIA

"O TERNO DE DOIS BILHÕES DE DÓLARES"

Jackie Chan merecia coisa melhor

DO CRÍTICO DA FOLHA

A fórmula -síntese de "O Terno de Dois Bilhões de Dólares", "90% a roupa, 10% o homem", é dada por Clark Devlin, o agente especial com quem o chofer vivido por Jackie Chan faz a sua aprendizagem de 007.
Considerando a roupa a que Devlin se refere, a fórmula poderia ser aperfeiçoada para: "90% as coisas, 10% o ser humano".
Armadura moderna, o terno deveria servir ao homem que o veste, mas age contra sua vontade.
Quando veste o terno do patrão, Chan usa a identidade de Devlin não só por inveja, mas também porque essa identidade não é da pessoa, mas da roupa.
Num mundo regido pelas coisas (supercarros, superarmas, super-roupas), a vida torna-se um detalhe menor. Quando Chan cai do alto de uma torre com o anel da parceira Jennifer Love Hewitt, esta não lamenta por ele, mas pelo anel. E esses são os heróis da fita.
Jackie Chan merecia coisa melhor. Alcançou o sucesso com o suor de seu trabalho, sem nunca precisar de efeitos especiais: sua versão vulnerável e cômica de Bruce Lee conquistou a América.
Seu novo filme americano, que mistura "007" e "A Hora do Rush", seria um veículo para o astro globalizado, mas essa relação parece também ter sido invertida. Não é senão Chan quem serve aqui de veículo a "O Terno de Dois Bilhões de Dólares".
(TIAGO MATA MACHADO)

O Terno de Dois Bilhões de Dólares
The Tuxedo
 



Direção: Kevin Donovan Produção: EUA, 2002
Com: Jackie Chan e Jennifer Love Hewitt
Quando: a partir de hoje nos cines Eldorado 6, Paulista 2 e circuito



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