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COPIÃO
Cota para filme nacional gera racha
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um impasse que colocou o
produtor Luiz Carlos Barreto de
um lado e a Cinemark do outro
tomou conta das negociações
sobre a cota de tela de 2003.
A cota é o número de dias obrigatório para a exibição de longas
nacionais nos cinemas do país.
Foi criada em lei por Collor, em
92. O número exato da reserva
de mercado sai, a cada ano, por
decreto. Em 2002, foram 28 dias.
Barretão somou daqui e dali e
concluiu que em 2003 haverá 63
filmes à espera de um cinema
para estrear. (Houve 35 lançamentos em 2001 e 2002, recordes
da década.) O produtor propôs
cota de 84 dias. "É matemático.
O quadro mudou. O número de
filmes vem aumentando. Temos
de permitir sua vazão."
A Cinemark, representada por
seu diretor, Valmir Fernandes,
achou que a proposta "não era
sensata" e radicalizou também:
sugeriu ficar nos 28 mesmo.
Se não cumprirem a cota, os
exibidores estão sujeitos a multa.
"Nosso receio é ter de cumprir
cota com sala vazia. Temos boa
vontade para negociar e predisposição em cumprir o acordado,
mas é preciso ter cautela, porque
o ano que está por vir é sempre o
melhor da história", diz Fernandes.
Nova rodada de negociações
acontece nesta quarta, no Rio.
MODELO AMERICANO
O secretário de Cultura
Marco Aurélio Garcia
conseguiu vetar a lei que criava
o Centro de Cinema de SP, mas
ofereceu à Associação Paulista
de Cineastas a contrapartida de
um conselho de cinema na
estrutura da Secretaria. O
"paradigma" é o da Film
Comission dos EUA.
MODELO NACIONAL
Autor da lei do Cecim,
Vicente Cândido (PT) não
desiste. "O veto foi lamentável
e seus argumentos não são
consistentes. Vou persistir."
Um dos argumentos: a
Secretaria não quer ser "mera
repassadora de recursos".
PREMIÈRES
Serão neste mês, no Recife, as primeiras exibições no Brasil de
"Punch Drunk Love", de Paul Thomas Anderson (dia 20), "O
Chamado", de Gore Verbinski (dia 21), e "Femme Fatale", de
Brian de Palma (dia 22). Eles estão entre os 40 longas da mostra
anual que lota a sala da Fundação Joaquim Nabuco e o cine Apolo. A mostra surgiu em 98, como um modesto "melhores do
ano". Hoje se financia com a bilheteria (!) e investidores locais.
MINIFESTIVAL
Caiu de seis (em 2002) para três o número de filmes no Festival
Nacional da Globo. Na trinca de 2003, há duas produções Globo
Filmes ("A Partilha" e "Caramuru"). A terceira é "Bossa Nova",
de Bruno Barreto, com Antonio Fagundes e Giovanna Antonelli.
Falando em Globo Filmes, seu link no site do longa sobre Cazuza
lista "Cidade de Deus" como "filme em produção em 2002".
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