São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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COPIÃO

Cota para filme nacional gera racha

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um impasse que colocou o produtor Luiz Carlos Barreto de um lado e a Cinemark do outro tomou conta das negociações sobre a cota de tela de 2003.
A cota é o número de dias obrigatório para a exibição de longas nacionais nos cinemas do país. Foi criada em lei por Collor, em 92. O número exato da reserva de mercado sai, a cada ano, por decreto. Em 2002, foram 28 dias.
Barretão somou daqui e dali e concluiu que em 2003 haverá 63 filmes à espera de um cinema para estrear. (Houve 35 lançamentos em 2001 e 2002, recordes da década.) O produtor propôs cota de 84 dias. "É matemático. O quadro mudou. O número de filmes vem aumentando. Temos de permitir sua vazão."
A Cinemark, representada por seu diretor, Valmir Fernandes, achou que a proposta "não era sensata" e radicalizou também: sugeriu ficar nos 28 mesmo.
Se não cumprirem a cota, os exibidores estão sujeitos a multa.
"Nosso receio é ter de cumprir cota com sala vazia. Temos boa vontade para negociar e predisposição em cumprir o acordado, mas é preciso ter cautela, porque o ano que está por vir é sempre o melhor da história", diz Fernandes.
Nova rodada de negociações acontece nesta quarta, no Rio.

MODELO AMERICANO
O secretário de Cultura Marco Aurélio Garcia conseguiu vetar a lei que criava o Centro de Cinema de SP, mas ofereceu à Associação Paulista de Cineastas a contrapartida de um conselho de cinema na estrutura da Secretaria. O "paradigma" é o da Film Comission dos EUA.

MODELO NACIONAL
Autor da lei do Cecim, Vicente Cândido (PT) não desiste. "O veto foi lamentável e seus argumentos não são consistentes. Vou persistir." Um dos argumentos: a Secretaria não quer ser "mera repassadora de recursos".

PREMIÈRES
Serão neste mês, no Recife, as primeiras exibições no Brasil de "Punch Drunk Love", de Paul Thomas Anderson (dia 20), "O Chamado", de Gore Verbinski (dia 21), e "Femme Fatale", de Brian de Palma (dia 22). Eles estão entre os 40 longas da mostra anual que lota a sala da Fundação Joaquim Nabuco e o cine Apolo. A mostra surgiu em 98, como um modesto "melhores do ano". Hoje se financia com a bilheteria (!) e investidores locais.

MINIFESTIVAL
Caiu de seis (em 2002) para três o número de filmes no Festival Nacional da Globo. Na trinca de 2003, há duas produções Globo Filmes ("A Partilha" e "Caramuru"). A terceira é "Bossa Nova", de Bruno Barreto, com Antonio Fagundes e Giovanna Antonelli. Falando em Globo Filmes, seu link no site do longa sobre Cazuza lista "Cidade de Deus" como "filme em produção em 2002".


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