|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUNDO DE BACO
Nova Zelândia conquista seu espaço
JORGE CARRARA
Colunista da Folha
Praticamente desconhecida no
campo vinícola duas décadas
atrás, a Nova Zelândia continua
ganhando espaço no mapa dos vinhos finos do planeta.
Os exemplares de duas novas vinícolas do pequeno arquipélago
encravado no Pacífico Sul -Giesen e Lawsons Dry Hills-, que
desembarcaram recentemente na
cidade, permitem imaginar o
principal motivo: uma qualidade
que, em geral, é capaz de matar de
inveja muitos produtores europeus.
A Giesen está localizada em
Canterbury -na ilha Sul, uma
das principais extensões de terra
(e de vinhedos) do país-, uma
área de clima frio, favorável para a
produção de brancos que são,
aliás, a especialidade da Nova Zelândia. Entre os vinhos da casa
que vale a pena conferir está o
Riesling 98, de paladar levemente
adocicado, com o toque mineral e
de leve mostarda que caracteriza
essa variedade.
O Sauvignon Blanc -aroma e
sabor marcados por frutas tropicais, com destaque para o maracujá- e o Chardonnay School
(um vinho de corpo médio que
combina maçã e suave madeira
num paladar bastante denso),
ambos safra 98, também impressionam bem.
Outro Chardonnay, o Canterbury Reserve 97 (há também um
Marlborough Reserve 97, porém
ácido e sem nenhuma graça), é o
destaque da casa.
Encorpado, o Canterbury tem
aroma rico e complexo (maçã e
abacaxi em calda, tabaco, madeira) e paladar longo e redondo,
marcado por fruta e carvalho.
A Lawsons, igualmente sediada
na ilha Sul, possui vinhedos em
Marlborough, região que começou a dar renome a Nova Zelândia
pelos seus belos Sauvignon Blanc.
Um branco dessa cepa francesa,
safra 98, brilha entre os exemplares da casa. Ele é um clássico Sauvignon Blanc, com perfume forte
de maracujá e mel (coberto por
um tênue verniz de carvalho), que
tem sabor agradável e prolongado, realçado por uma boa acidez.
Melhor ainda é o Chardonnay
safra 97, um vinho de aroma potente e sabor intenso (em que predomina a fruta complementada
de maneira elegante com toques
bem dosados de madeira), que
perdura num final longo e concentrado que enche a boca.
Novidade
Parece que, finalmente, os produtores do Rio Grande do Sul entenderam que o lugar é terra de espumantes. A Monte Lemos (tel.
0/xx/54/452-2055), tradicional vinícola da serra gaúcha, também se
uniu ao recente embalo dos goles
borbulhantes, lançando o Dal Pizzol, um espumante elaborado
com uvas Pinot Noir, Chardonnay
e Sylvaner.
Raridade
Dois bons vinhos italianos a preço em conta (combinação rara)
podem ser encontrados na Cellar
(tel. 0/xx/11/531-2419). Ambos
(um tinto de uva Pinot Noir, pouco típico, mas bem frutado, e um
branco Chardonnay, leve, também com boa fruta e equilíbrio)
têm assinatura da Cantina La Vis,
adega de Trentino, região do norte
da Itália, e custam US$ 10.
Texto Anterior: Gastronomia - Nina Horta: Implicâncias 2000 Próximo Texto: Assim Não Índice
|