São Paulo, Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2000


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MUNDO DE BACO
Nova Zelândia conquista seu espaço

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Praticamente desconhecida no campo vinícola duas décadas atrás, a Nova Zelândia continua ganhando espaço no mapa dos vinhos finos do planeta.
Os exemplares de duas novas vinícolas do pequeno arquipélago encravado no Pacífico Sul -Giesen e Lawsons Dry Hills-, que desembarcaram recentemente na cidade, permitem imaginar o principal motivo: uma qualidade que, em geral, é capaz de matar de inveja muitos produtores europeus.
A Giesen está localizada em Canterbury -na ilha Sul, uma das principais extensões de terra (e de vinhedos) do país-, uma área de clima frio, favorável para a produção de brancos que são, aliás, a especialidade da Nova Zelândia. Entre os vinhos da casa que vale a pena conferir está o Riesling 98, de paladar levemente adocicado, com o toque mineral e de leve mostarda que caracteriza essa variedade.
O Sauvignon Blanc -aroma e sabor marcados por frutas tropicais, com destaque para o maracujá- e o Chardonnay School (um vinho de corpo médio que combina maçã e suave madeira num paladar bastante denso), ambos safra 98, também impressionam bem.
Outro Chardonnay, o Canterbury Reserve 97 (há também um Marlborough Reserve 97, porém ácido e sem nenhuma graça), é o destaque da casa.
Encorpado, o Canterbury tem aroma rico e complexo (maçã e abacaxi em calda, tabaco, madeira) e paladar longo e redondo, marcado por fruta e carvalho.
A Lawsons, igualmente sediada na ilha Sul, possui vinhedos em Marlborough, região que começou a dar renome a Nova Zelândia pelos seus belos Sauvignon Blanc.
Um branco dessa cepa francesa, safra 98, brilha entre os exemplares da casa. Ele é um clássico Sauvignon Blanc, com perfume forte de maracujá e mel (coberto por um tênue verniz de carvalho), que tem sabor agradável e prolongado, realçado por uma boa acidez.
Melhor ainda é o Chardonnay safra 97, um vinho de aroma potente e sabor intenso (em que predomina a fruta complementada de maneira elegante com toques bem dosados de madeira), que perdura num final longo e concentrado que enche a boca.

Novidade
Parece que, finalmente, os produtores do Rio Grande do Sul entenderam que o lugar é terra de espumantes. A Monte Lemos (tel. 0/xx/54/452-2055), tradicional vinícola da serra gaúcha, também se uniu ao recente embalo dos goles borbulhantes, lançando o Dal Pizzol, um espumante elaborado com uvas Pinot Noir, Chardonnay e Sylvaner.

Raridade
Dois bons vinhos italianos a preço em conta (combinação rara) podem ser encontrados na Cellar (tel. 0/xx/11/531-2419). Ambos (um tinto de uva Pinot Noir, pouco típico, mas bem frutado, e um branco Chardonnay, leve, também com boa fruta e equilíbrio) têm assinatura da Cantina La Vis, adega de Trentino, região do norte da Itália, e custam US$ 10.


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