São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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MERCADO

Em comemoração de aniversário, editora reedita 40 títulos clássicos

Nova Fronteira, 40, lança coleção

DA REPORTAGEM LOCAL

Pronuncie-se o nome de Carlos Lacerda e imediatamente alguém pensará na figura política, no ácido crítico de Getúlio Vargas, no sujeito que se esquivou de atentado na rua Toneleros. Poucos imaginarão um homem de óculos na ponta do nariz que se sente calmamente para analisar o longo manuscrito de algum escritor.
Pois sim, o multifacetado jornalista foi esse homem por mais de uma década -antes de morrer em 1977- e o resultado dessa atividade aniversariou no final do ano passado. Foram os 40 anos de existência da editora Nova Fronteira, criada por Lacerda, comemorados não com festa, mas com uma interessante seleção de obras a serem republicadas.
"40 Anos, 40 Livros" é a coleção que, em cotas, tem chegado, de dezembro a março, às livrarias. Entre os autores reeditados, quase nenhum espaço para nomes menores: de estrangeiros, Balzac, Genet, Baudelaire, entre outros; de brasileiros, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Nelson Rodrigues, João Cabral e por aí vai.
"Uma seleção do que de melhor foi produzido ao longo desses anos, com apresentações inéditas e preços um pouco mais acessíveis", no esclarecimento de Carlos Augusto Lacerda, neto daquele e hoje editor da Nova Fronteira. Abrindo a coleção, uma concessão não só ao próprio avô como a outras gerações da família, com a reedição da obra de Carlos Lacerda "A Casa do Meu Avô" (R$ 24,90, 192 págs.), que também atesta a versatilidade da figura.
Semelhante a seu criador, também a editora se caracteriza pelo ecletismo. Nesses 40 anos, a Nova Fronteira nunca se especializou em prosa ou poesia, ou mesmo em ficção ou não-ficção. O que a norteia está dito no slogan, oportunamente modificado do original "sempre um best-seller" para "sempre um bom livro". Ainda quanto a transformações recentes, a compra de 50% da empresa por parte da Ediouro, que, ao menos em aparência e discurso, não resultou em mudanças editoriais. (JULIÁN FUKS)

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