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TODOS OS FOGOS
Nove tomos de textos do escritor argentino deverão eliminar erros e reapresentar peculiaridades lingüísticas
Nova edição pretende "corrigir" Cortázar
FREE-LANCE PARA A FOLHA, NO MÉXICO
Designados por Julio Cortázar
curadores de seu legado, o poeta
argentino Saúl Yurkievich e sua
mulher, Gladis, responderão pela
edição das obras completas do escritor argentino.
Ambos deverão trabalhar por
quatro anos para reunir textos conhecidos e inéditos do autor argentino. O primeiro tomo (prevêem-se nove), referente aos contos e contando com cerca de mil
páginas, será lançado no encerramento do colóquio que inicia hoje
e vai até terça em Guadalajara.
Segundo Saúl Yurkievich, muitas das edições em circulação estão "desvirtuadas", com erros que
se perpetuaram -como o desaparecimento de peculiaridades
lingüísticas argentinas, que teriam sido "hispanizadas", e "correções abusivas" de pontuação.
Revisitar Cortázar, como pretende o colóquio, implica, no entendimento dos organizadores do
encontro, não só falar de sua literatura como também interpretar
o valor de seu legado.
No campo da discussão acadêmica, o encontro reunirá, nas sete
mesas-redondas que acontecerão
no Paraninfo Enrique Díaz de
León da UdeG, um time internacional de professores, ficcionistas
e jornalistas -capitaneado pelos
escritores Carlos Fuentes (México), José Saramago (Portugal),
Tomás Eloy Martinez (Argentina)
e Gabriel García Márquez (Colômbia), que fazem hoje a mesa-redonda de abertura, "Rememoración de Julio Cortázar".
"Todos os que estão no programa foram convidados porque
têm algo a ver com Cortázar: ou
bem foram seus amigos, ou publicaram trabalhos sobre ele. Muitos
dos aspectos importantes de sua
obra serão revisados e a vigência
de seu legado, posta em evidência", disse Dulce Maria Zúñiga, da
Cátedra Cortázar da UdeG.
As mesas-redondas poderão ser
acompanhadas via internet, no site
www.homenajeacortazar.udg.mx/transmisiones/. Entre os
quase 30 debatedores, está ainda
Bella Jozef, professora da Universidade Federal do Rio.
O jazz, de que Julio Cortázar era
aficionado, tem representação em
dois espetáculos. O primeiro, hoje, terá vários músicos interpretando peças citadas em "O Jogo
da Amarelinha". Já a noite de segunda reúne o baixista americano
Charlie Haden e o pianista cubano Gonzalo Rubalcaba.
Por fim, o evento comportará
um ciclo de cinema com sete filmes sobre ou a partir do escritor e
sua obra.
(FRANCESCA ANGIOLILLO)
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