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Crítica
"A Um Passo..." impõe momentos de monotonia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nunca morri de amores por
"A Um Passo da Eternidade"
(TCM, 22h), que é, no entanto,
um filme muito decente. Decente, mas, vamos convir, quase um padrão de academismo,
onde tudo existe para tornar
mais enfático o que virá depois
que o filme termina: a guerra.
Para demonstrar suas convicções antibélicas, Fred Zinnemann nos impõe momentos
e momentos de monotonia, é
preciso admitir. No entanto, no
meio disso tudo, constrói uma
teia de relações bem sedutoras,
que devem muito ao roteiro,
cuja culminância é o famoso
beijo na praia entre Burt Lancaster, o sargento, e Deborah
Kerr, a mulher do oficial clichê-de-durão.
É uma cena bem dos anos 50.
Uma mulher casada estar com
outro homem era traição e
ponto. Deborah terá vencido
mil barreiras, a poder de desejo, para se entregar a Burt. Ele
correrá muitos riscos por ela. A
prova disso tudo parece vir do
mar, da onda, da espuma que
parece abraçar os amantes como se fosse seu fado. Um momento de antologia.
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