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Secretaria de Cultura volta atrás sobre suspensão de fomento à dança
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Reunido ontem com cerca de
200 integrantes de companhias
paulistanas de dança, o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, prometeu
lançar ainda no primeiro semestre deste ano o 6º edital da
Lei de Fomento à Dança, principal programa da área no âmbito da Prefeitura.
O anúncio, realizado na galeria Olido, durante encontro improvisado de coreógrafos, bailarinos e produtores da área de
dança, aconteceu cinco dias
após a secretaria ter divulgado
nota informando que, com o
contingenciamento de 33% da
verba da pasta, novos editais do
Fomento à Dança estavam suspensos por tempo indeterminado.
Durante o encontro, o secretário se comprometeu a buscar
recursos para a próxima edição
do programa, fixando a data de
31 de março para novas comunicações sobre a verba destinada ao fomento. Ele negou a extinção do programa. "Estou
particularmente empenhado
em lançar o 6º edital no primeiro semestre. Não há risco de extinção da Lei de Fomento à
Dança. A mesma gestão que implementou este programa [foi
lançado em 2005, pelo então
prefeito José Serra] não pode
extingui-lo. Ainda não sei de
onde vai sair o dinheiro, mas farei um esforço para isso", disse
o secretário.
Pouco antes, no seu gabinete,
Calil recebera um abaixo-assinado com cerca de 1.280 assinaturas contra a suspensão do
programa, que ele prometeu
entregar ao prefeito Gilberto
Kassab. O secretário anunciou
ainda que o pagamento da primeira parcela do 5º edital do
programa, previsto para dezembro e ainda não realizado,
será feito na próxima terça.
Segundo Calil, com o corte do
orçamento -a verba da Secretaria Municipal de Cultura caiu
de R$ 370 milhões para R$ 255
milhões-, não é possível saber
se os salários dos corpos estáveis do Teatro Municipal serão
pagos no segundo semestre.
"Hoje, só temos dinheiro certo para pagar os próximos quatro meses de contrato e, quem
sabe, outros quatros meses. Depois disso, não temos mais dinheiro. É algo urgente porque
precisamos achar dinheiro para pagar esses salários", disse,
referindo-se aos artistas que fazem parte da Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório,
Quarteto de Cordas da Cidade
de São Paulo, Coral Lírico, Coral Paulistano e Balé da Cidade.
Representantes das principais companhias de dança da
cidade estiveram na Olido, como Sandro Borelli, Vera Sala,
Célia Gouvêa, Iracity Cardoso
(da São Paulo Cia. de Dança) e
Mariana Muniz, num ato que
culminou com muita gente deitada no chão levantando as pernas para cima e alguns batendo
panelas.
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