São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Cópia é esporte mundial, diz Rucki

Muito elegante, vestida com um tailleur impecável, e sempre acompanhada de um cigarro, a professora Marie Rucki conversou com a Folha numa das salas do Studio Berçot, em Paris. "Os estilistas brasileiros não copiam mais que os de outros países", afirma Rucki.

 

FOLHA - Os estilistas brasileiros copiam muito os estrangeiros?
MARIE RUCKI -
No passado, sim, copiavam, e eu lhes dizia: "Vocês copiam demais, é insuportável!". Agora, com a emergência dos novos países da moda, a cópia já não é mais um assunto dominante, porque ela é de tal forma automática, é feita por tanta gente, em todo o mundo, que não sabemos mais quem copiou quem.

FOLHA - A sra. quer dizer que os brasileiros continuam copiando?
RUCKI -
Sim, mas não mais que em outras partes, como a Rússia, a China... A cópia é hoje um esporte internacional. As grandes influências costumam vir de algumas poucas pessoas que têm algo muito forte a dizer. As criações dessas pessoas são imediatamente reinterpretadas em todo o mundo. O que interessa, então, é saber se as reinterpretações são adequadas aos modos de vida de cada lugar. Se os estilistas reinterpretam, já não há mais cópia.

FOLHA - O que mais chama a sua atenção na moda brasileira?
RUCKI -
As camisetas, que estão entre as mais bonitas do mundo. E a moda praia. O Brasil é um país onde o corpo é a preocupação nº 1 e, do ponto de vista da moda internacional, pode se desenvolver muito no setor da moda esportiva.

FOLHA - O que seria uma moda sofisticada brasileira?
RUCKI -
Ela valorizaria bastante o corpo, porque as mulheres brasileiras são muito bonitas e é preciso que elas mostrem essa beleza. Não é como na França, onde as mulheres não são tão belas e, por isso, precisam das roupas para se embelezarem.


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