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Documentário
Marguerite Duras mostra vida singular
DO CRÍTICO DA FOLHA
Documentários oficiais são
aqueles em que um personagem-tema é apresentado com
didatismo profissional e cuja
vida costuma ficar tão emocionante quanto a leitura de um
currículo. Já em programas como "Duras como Ela mesma",
que o SescTV exibe amanhã, o
fator biográfico está a serviço
de outro tipo de revelação.
Produzido pela TV franco-alemã Arte e dirigido por Dominique Auvray, o programa
recusa o didatismo em proveito
de uma visão despojada de sua
personagem. Marguerite Duras
tornou-se mais conhecida do
público com o best-seller "O
Amante". Mas é a mulher, mãe
e intelectual engajada que vêm
à tona neste documentário.
Além da figura pública de artista, Duras se dá a ver como
personagem do século 20, cuja
existência foi marcada pelo fim
do colonialismo na Indochina
(onde nasceu) e a luta na Resistência francesa nos últimos
anos da Segunda Guerra.
Em suas digressões sobre o
amor materno, as memórias da
infância e o balanço de seu engajamento na causa comunista,
a escritora e cineasta escapa do
casulo de autora difícil, onde
costuma ser encerrada, e desce
ao patamar da humanidade.
Por meio de entrevistas, imagens cotidianas e fotos pessoais, Duras abre sua intimidade e confirma o quanto uma vida singular alimenta o desejo
de eternidade da literatura.
(CÁSSIO STARLING CARLOS)
DURAS COMO ELA MESMA
Quando: amanhã, às 21h
Onde: no SescTV
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