São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Documentário

Marguerite Duras mostra vida singular

DO CRÍTICO DA FOLHA

Documentários oficiais são aqueles em que um personagem-tema é apresentado com didatismo profissional e cuja vida costuma ficar tão emocionante quanto a leitura de um currículo. Já em programas como "Duras como Ela mesma", que o SescTV exibe amanhã, o fator biográfico está a serviço de outro tipo de revelação.
Produzido pela TV franco-alemã Arte e dirigido por Dominique Auvray, o programa recusa o didatismo em proveito de uma visão despojada de sua personagem. Marguerite Duras tornou-se mais conhecida do público com o best-seller "O Amante". Mas é a mulher, mãe e intelectual engajada que vêm à tona neste documentário.
Além da figura pública de artista, Duras se dá a ver como personagem do século 20, cuja existência foi marcada pelo fim do colonialismo na Indochina (onde nasceu) e a luta na Resistência francesa nos últimos anos da Segunda Guerra.
Em suas digressões sobre o amor materno, as memórias da infância e o balanço de seu engajamento na causa comunista, a escritora e cineasta escapa do casulo de autora difícil, onde costuma ser encerrada, e desce ao patamar da humanidade.
Por meio de entrevistas, imagens cotidianas e fotos pessoais, Duras abre sua intimidade e confirma o quanto uma vida singular alimenta o desejo de eternidade da literatura. (CÁSSIO STARLING CARLOS)

DURAS COMO ELA MESMA
Quando:
amanhã, às 21h
Onde: no SescTV


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