Em "Los Abrazos Rotos", diretor faz referências a filmes anteriores e tem no elenco a oscarizada Penélope Cruz

Mais cara e longa produção do espanhol, melodrama conta história de diretor que relembra acidente de carro e relação com atriz

ALEXANDRA BICCA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI

"É uma declaração de amor ao cinema", disse Pedro Almodóvar sobre seu novo longa, "Los Abrazos Rotos" (os abraços partidos), apresentado ontem à imprensa, em Madri.
Drama no qual o espanhol usa o gênero noir para mesclar elementos de thriller, comédia e romance, a produção é sobre um escritor e diretor (Lluís Homar) que relembra um acidente de carro ocorrido há 14 anos que o deixou cego, além de sua relação com uma atriz com quem filmava (Penélope Cruz).
A partir daí a história vai intercalando passado e presente. O novo longa é, portanto, uma síntese de aspectos do gênero que Almodóvar declarou estar se especializando cada vez mais, o melodrama.
"Há muito de outros filmes meus em "Los Abrazos Rotos", pois eles são meu patrimônio emocional e econômico", disse Almodóvar sobre a produção, a mais longa (127 minutos) e cara (12 milhões) de sua carreira.
Há, por exemplo, um filme dentro do filme, uma comédia que faz homenagem ao primeiro êxito internacional do diretor, "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos" (1988).

Atrizes preferidas
Em sua quarta parceria com Almodóvar, Penélope Cruz fez sua primeira aparição na Espanha após o Oscar por "Vicky Cristina Barcelona". Na entrevista com a imprensa, ela se negou a responder a perguntas sobre o fim de sua relação com Javier Bardem, seu parceiro de cena no filme de Woody Allen. A atriz preferiu falar sobre o novo filme: "Espero que as pessoas compreendam as emoções desta joia de personagem".
Não apenas na referência autoral, "Los Abrazos Rotos" tem no elenco outras atrizes-fetiche do diretor, como Rossy de Palma, Carmem Machi e Lola Dueñas. Por ser uma declaração de amor ao cinema, era preciso se cercar daqueles que fazem parte desta história, disse Almodóvar.
"Los Abrazos Rotos" estreia nos cinemas espanhóis na próxima quarta-feira. Em maio, o filme chega às salas da Europa, mas ainda não há previsão de quando será a estreia no Brasil.


Texto Anterior: Violência e paixão
Próximo Texto: Senise explora ateliê e arquitetura em exposição
Índice