São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2006

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ARTES

Obra de Bispo desafia as classificações

DA REPORTAGEM LOCAL

O programa "Balaio Brasil", como o seu título indica, faz um grande apanhado do Sergipe em sua edição de amanhã. Indubitavelmente, o destaque é a incursão à cidade de Japaratuba, onde nasceu o genial Arthur Bispo do Rosário.
Cada vez mais valorizado em âmbito nacional e externo como um dos grandes nomes das artes brasileiras -mesmo que tal arte ainda seja de difícil classificação-, Bispo do Rosário (1911-1989) foi um dos destaques da Mostra do Redescobrimento, em 2000, quando era o principal nome do módulo "Imagens do Inconsciente".
A produção televisiva acerta ao exibir, com a condução de um morador de Japaratuba, elementos cotidianos que claramente são reinventados por Bispo de Rosário em suas obras.
Nesse sentido, as cenas que o programa capta na feira livre da cidade têm pertinência, revelando como o acúmulo e o alegre caos de chinelos, latas, quinquilharias aos montes e gritos dos vendedores se relacionam com os objetos criados pelo artista.
Ao abandonar Japaratuba -onde poucos sabem que Bispo do Rosário nasceu, ou pior, desconhecem quem ele é- e se deter na colônia Juliano Moreira (zona oeste do Rio), local onde o artista passou a maior parte da sua vida, internado e produzindo seus mantos, "assemblages" e objetos, "Balaio Brasil" aumenta seu interesse.
Depoimentos da guardiã das obras dele, do diretor do museu dedicado ao artista e de pessoas que conviveram com Bispo do Rosário fazem com que sua complexa personalidade seja mais bem compreendida.
Em geral ligadas a conceitos como arte bruta ou incomum, entre outros, as obras de Bispo do Rosário parecem transcender leituras mais planas, que insistentemente ligam sua produção ao seu comportamento esquizofrênico-paranóico.


Balaio Brasil
Quando: amanhã, às 17h30, na Rede SescSenac



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