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ARTES
Obra de Bispo desafia as classificações
DA REPORTAGEM LOCAL
O programa "Balaio Brasil", como o seu título indica, faz um
grande apanhado do Sergipe em
sua edição de amanhã. Indubitavelmente, o destaque é a incursão
à cidade de Japaratuba, onde nasceu o genial Arthur Bispo do Rosário.
Cada vez mais valorizado em
âmbito nacional e externo como
um dos grandes nomes das artes
brasileiras -mesmo que tal arte
ainda seja de difícil classificação-, Bispo do Rosário (1911-1989) foi um dos destaques da
Mostra do Redescobrimento, em
2000, quando era o principal nome do módulo "Imagens do Inconsciente".
A produção televisiva acerta ao
exibir, com a condução de um
morador de Japaratuba, elementos cotidianos que claramente são
reinventados por Bispo de Rosário em suas obras.
Nesse sentido, as cenas que o
programa capta na feira livre da
cidade têm pertinência, revelando
como o acúmulo e o alegre caos
de chinelos, latas, quinquilharias
aos montes e gritos dos vendedores se relacionam com os objetos
criados pelo artista.
Ao abandonar Japaratuba
-onde poucos sabem que Bispo
do Rosário nasceu, ou pior, desconhecem quem ele é- e se deter
na colônia Juliano Moreira (zona
oeste do Rio), local onde o artista
passou a maior parte da sua vida,
internado e produzindo seus
mantos, "assemblages" e objetos,
"Balaio Brasil" aumenta seu interesse.
Depoimentos da guardiã das
obras dele, do diretor do museu
dedicado ao artista e de pessoas
que conviveram com Bispo do
Rosário fazem com que sua complexa personalidade seja mais
bem compreendida.
Em geral ligadas a conceitos como arte bruta ou incomum, entre
outros, as obras de Bispo do Rosário parecem transcender leituras
mais planas, que insistentemente
ligam sua produção ao seu comportamento esquizofrênico-paranóico.
Balaio Brasil
Quando: amanhã, às 17h30, na Rede
SescSenac
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