São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Morto, Campos de Carvalho desponta como dramaturgo Adaptações consagram mineiro (1916-1998) como autor afinado com experimentações do teatro contemporâneo Depois de "O Púcaro Búlgaro" e "Vaca de Nariz Sutil", o livro "A Lua Vem da Ásia" é transposto para o palco GABRIELA MELLÃO DE SÃO PAULO O escritor mineiro Campos de Carvalho (1916-1998) tornou-se autor teatral em 2007, nove anos após sua morte. Aderbal Freire-Filho foi responsável pela proeza ao encenar "O Púcaro Búlgaro", tal e qual ela foi criada. Foi a terceira empreitada do diretor na transposição literal de livros ao palco. Entre os escritores que se tornaram dramaturgos em suas mãos, Carvalho provou-se o mais afinado com as experimentações do teatro contemporâneo. Até 2007 nunca havia sido montado. Desde então, três de seus cinco livros viraram peças. Além de "O Púcaro Búlgaro" (1964), Hugo Possolo adaptou "Vaca de Nariz Sutil" (1961) em 2008, na primeira incursão da Cia. Parlapatões no drama. E Chico Diaz transformou "A Lua Vem da Ásia" em um monólogo que estreia amanhã. Freire-Filho compara a escrita de Carvalho com a dos criadores do teatro do absurdo: "São netos da mesma avó desequilibrada". Carvalho vai além do nonsense ao dar dimensão ao poético, através de uma linguagem aberta. "Ele tinha capacidade de descobrir os vários sentidos de uma palavra e às vezes usava todos eles numa mesma frase". Diaz aponta para o fato de suas histórias revelarem a condição do mundo de hoje. O rompimento com a visão realista de mundo proposto pelos surrealistas derrubou dogmas. Foi a partir de 1990, após a ditadura e a década dos encenadores (em que o texto foi renegado para segundo plano), que a dramaturgia do país realmente avançou. "Nosso teatro era herdeiro do século 19", diz Freire-Filho. Para ele, seria impensável montar Campos de Carvalho quando viveu o escritor. "Encená-lo hoje é mérito do teatro, que se abriu. Da nova visão ilimitada de palco". Possolo acredita que os dramaturgos hoje buscam caminhos múltiplos, formas mais autênticas de construir suas poéticas. "Mostram-se muito mais interessantes do que nas três décadas anteriores. É o teatro se libertando dos modelos, felizmente." A LUA VEM DA ÁSIA QUANDO sex. e sáb.às 19h30 e dom. às 18h; até 05/06 ONDE CCBB (r. Álvares Penteado, 112, tel.:0/xx/11/3113-3651) QUANTO R$ 15 CLASSIFICAÇÃO 14 anos Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Peça destaca aventuras de "A Lua Vem da Ásia" Índice | Comunicar Erros

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