São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Peça destaca aventuras de "A Lua Vem da Ásia"

DE SÃO PAULO

Logo na primeira frase, a confissão do assassinato revela a real transgressão do homicida: a morte da lógica. O grande feito do narrador de "A Lua Vem da Ásia", adaptação teatral do livro homônimo de Campos de Carvalho que estreia amanhã, é reinventar a ordem do mundo.
Cultuado por usar o nonsense para criticar a desconstrução dos valores da sociedade, o escritor mineiro fez da sátira uma arma.
Na primeira adaptação deste livro que marca o nascimento de sua narrativa surrealista, condena a tirania, o pensamento cartesiano e o culto às aparências.
"Campos de Carvalho é contra toda restrição ao homem", diz Chico Diaz, ator responsável pela adaptação, que encara o primeiro monólogo de sua carreira.
Seu maior trabalho foi peneirar algumas aventuras possíveis e muitas absurdas do protagonista múltiplo, cuja trajetória incomum se dá em busca de entendimento de vida."O narrador não se deixa definir por qualquer análise", diz o encenador Moacir Chaves.
Após assassinar seu professor de lógica (em legítima defesa, evidentemente), ele vai morar num hotel de luxo que mais parece manicômio. Relata histórias extraordinárias, como quando atravessou oceanos a nado e transformou-se numa mulher que é recrutada para um harém no Marrocos.
Chaves buscou através de sua direção concretizar o embate entre os dois mundos expostos pelo escritor. O da realidade e, portanto, da lógica, representado por um ambiente concreto. E o abstrato, no qual o espaço cênico ganha projeções poéticas. (GM)


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