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"Um Dia" abre coleção de álbuns nacionais
Equipe que produz a revista independente "Graffiti 76% Quadrinhos" lança sua primeira "graphic novel"
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quatro rapazes descobrem
que podem ficar ricos da noite
para o dia se executarem com
perfeição um plano arriscado
que envolve paciência, dinheiro e um traficante de drogas.
É assim que começa a "graphic novel" "Um Dia Uma Morte", que será lançada em São
Paulo na noite de hoje. E há
uma história da qual a própria
HQ é a protagonista: trata-se
do primeiro número da coleção
100% Quadrinhos, uma série
que tem como meta o lançamento de ao menos dois álbuns
de autores nacionais por ano.
Os responsáveis pela coleção
são os mesmos que produzem a
"Graffiti 76% Quadrinhos", revista independente de Belo Horizonte que existe desde 1995 e
que já teve 16 números publicados. A "Graffiti 76%" traz entrevistas e, principalmente,
histórias em quadrinhos alternativas, curtas e de autores brasileiros.
A "Graffiti 76% Quadrinhos"
é imprevisível. Não em qualidade, mas no conteúdo: seus autores apresentam trabalhos
criativos. É uma revista independente não só por não ter
editora mas também por reunir
um grupo de colaboradores que
foge do convencional.
O passo dado agora é apresentar "graphic novels" desses
colaboradores. O termo, criado
na indústria norte-americana
de quadrinhos, costuma ser
traduzido no Brasil como "álbum de luxo" ou "álbum".
Embora o conceito seja um
pouco elástico, costuma ser
aplicado para publicações com
acabamento gráfico acima da
média, que tragam uma história com conclusão (em vez de
séries mensais ou minisséries)
e com roteiros geralmente voltados para um público adulto
-não por serem eróticas, embora haja algumas picantes,
mas por trazerem histórias
mais complexas e com temas
mais difíceis.
As três características estão em "Um Dia Uma Morte".
Trata-se de uma edição bonita,
com uma história sem o comum "continua na próxima
edição" e que traz um rotei-
ro adulto.
Com um misto de suspense,
drama e sobrenatural, apresenta quatro amigos que, entre um
jogo de sinuca e um copo de
cerveja, descobrem um "mapa
de tesouro" deixado por um conhecido deles pouco antes de
sua morte.
"Um Dia Uma Morte" é uma
história em quadrinhos bonita,
bem narrada e que, sem cair
no clichê "futebol, samba e mulher bonita", consegue transmitir uma história com personagens brasileiros.
UM DIA UMA MORTE
Autores: Fabiano Barroso e Piero Bagnariol
Editora: independente
Quanto: R$ 25 (88 págs.)
Lançamento: hoje, às 19h, no Jeremias, O Bar (r. Avanhandava, 37); entrada franca
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