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VIVIAN WHITEMAN (interina) - ultima.moda@grupofolha.com.br
Chanel cruza o mar
Durante lançamento em Saint-Tropez, presidente da grife
anuncia abertura de "flagship" no Iguatemi e cogita desfile no Brasil
O Brasil é um dos novos focos
da Chanel. O presidente mundial do departamento fashion
da marca, Bruno Pavlovsky,
anunciou oficialmente, com
exclusividade à Folha, a instalação de duas "flagships" da grife em São Paulo, com gestão direta da matriz francesa.
O anúncio aconteceu durante o lançamento da nova coleção "cruise"-focada em peças
de meia-estação- da grife, no
badalado balneário de Saint-Tropez, na França.
Em sua primeira entrevista a
um veículo brasileiro, Pavlovsky afirmou que está marcada para 2010, em outubro, a
inauguração de uma "flagship"
da Chanel no shopping Iguatemi, nos moldes europeus.
O espaço da Chanel no shopping Cidade Jardim, antes controlado pela Daslu, também se
transformará em loja-conceito
(a grife encerrou neste mês sua
parceria com a Villa Daslu).
Novas filiais Chanel estão em
negociação para Rio e Brasília.
Animado com o mercado
brasileiro, Pavlovsky cogita até
mesmo um desfile no Brasil.
"Se os negócios se desenvolverem bem, por que não? É uma
possibilidade real." Leia trechos da entrevista a seguir.
FOLHA - Por que a Chanel decidiu
investir na abertura de duas
"flagships" no Brasil?
BRUNO PAVLOVSKY - É uma questão de timing perfeito. Nos últimos quatro anos trabalhamos
com a Daslu, mas, por todos os
problemas que a loja enfrentou [Eliana Tranchesi, dona
da Daslu, foi condenada
por sonegar impostos],
nossas operações estão
quase paradas no Brasil.
Continuaremos tendo
alguma relação com a
Daslu, mas, a partir de
agora, a Chanel vai gerenciar diretamente as novas lojas
do Iguatemi e do Cidade Jardim. Ficamos bem mais confortáveis quando podemos gerenciar nossos próprios negócios, sem intermediários, mantendo todos os padrões de
atendimento, segurança e qualidade.
FOLHA - Qual é a importância do
mercado brasileiro para a Chanel
atualmente?
PAVLOVSKY - Está se tornando
grande, cada vez maior, apesar
dos altos impostos. Sabemos
que há muitos consumidores
da marca no país. Além do
mais, vamos nos beneficiar do
incrível progresso econômico
que o Brasil vem atravessando.
FOLHA - Qual será a diferença entre as "flagships" do Cidade Jardim e
do Iguatemi?
PAVLOVSKY - Ainda é cedo para
dizer, mas certamente vamos
focar diferentes tipos de clientes. Teremos uma grande variedade de produtos e vamos investir pesado nas vendas do
prêt-à-porter, pois esse é um
ponto-chave para fortalecer a
Chanel no Brasil.
FOLHA - Por que a Chanel tem investido tanto nas "cruise collections", com campanhas, desfiles e
comerciais próprios?
PAVLOVSKY - Essa coleção
deixou de ser apenas uma série intermediária de produtos. As peças chegam às lojas
em novembro e permanecem
à venda por oito meses. É a coleção com maior vida útil nas
lojas. Além disso, essas coleções atendem diretamente as
necessidades de países cujo clima é bastante ameno durante
todo o ano.
FOLHA - Como são escolhidas as locações para esses desfiles especiais?
PAVLOVSKY - Partimos da inspiração da coleção. A última foi
em Xangai e agora estamos revivendo todo o charme francês
de Saint-Tropez, que tem tudo
a ver com a Chanel. Nos próximos anos podemos ir ao Brasil,
por exemplo. Se os negócios se
desenvolverem bem, por que
não? É uma possibilidade real.
FOLHA - Na última temporada de
desfiles, as transmissões ao vivo e
em 3D ganharam espaço em Paris.
Como a Chanel vê esse tipo de nova
tecnologia?
PAVLOVSKY - Acreditamos que
as novas tecnologias têm de ser
usadas como formas avançadas
de mostrar os nossos produtos.
No entanto, o foco da Chanel é
e sempre será no que acontece
dentro das butiques da marca:
peças com acabamento perfeito e atendimento de primeira
classe. O resto é blá-blá-blá.
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