São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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VIVIAN WHITEMAN (interina) - ultima.moda@grupofolha.com.br

Chanel cruza o mar

Durante lançamento em Saint-Tropez, presidente da grife anuncia abertura de "flagship" no Iguatemi e cogita desfile no Brasil

O Brasil é um dos novos focos da Chanel. O presidente mundial do departamento fashion da marca, Bruno Pavlovsky, anunciou oficialmente, com exclusividade à Folha, a instalação de duas "flagships" da grife em São Paulo, com gestão direta da matriz francesa. O anúncio aconteceu durante o lançamento da nova coleção "cruise"-focada em peças de meia-estação- da grife, no badalado balneário de Saint-Tropez, na França.
Em sua primeira entrevista a um veículo brasileiro, Pavlovsky afirmou que está marcada para 2010, em outubro, a inauguração de uma "flagship" da Chanel no shopping Iguatemi, nos moldes europeus. O espaço da Chanel no shopping Cidade Jardim, antes controlado pela Daslu, também se transformará em loja-conceito (a grife encerrou neste mês sua parceria com a Villa Daslu).
Novas filiais Chanel estão em negociação para Rio e Brasília. Animado com o mercado brasileiro, Pavlovsky cogita até mesmo um desfile no Brasil. "Se os negócios se desenvolverem bem, por que não? É uma possibilidade real." Leia trechos da entrevista a seguir.

 

FOLHA - Por que a Chanel decidiu investir na abertura de duas "flagships" no Brasil?
BRUNO PAVLOVSKY
- É uma questão de timing perfeito. Nos últimos quatro anos trabalhamos com a Daslu, mas, por todos os problemas que a loja enfrentou [Eliana Tranchesi, dona da Daslu, foi condenada por sonegar impostos], nossas operações estão quase paradas no Brasil. Continuaremos tendo alguma relação com a Daslu, mas, a partir de agora, a Chanel vai gerenciar diretamente as novas lojas do Iguatemi e do Cidade Jardim. Ficamos bem mais confortáveis quando podemos gerenciar nossos próprios negócios, sem intermediários, mantendo todos os padrões de atendimento, segurança e qualidade.

FOLHA - Qual é a importância do mercado brasileiro para a Chanel atualmente?
PAVLOVSKY
- Está se tornando grande, cada vez maior, apesar dos altos impostos. Sabemos que há muitos consumidores da marca no país. Além do mais, vamos nos beneficiar do incrível progresso econômico que o Brasil vem atravessando.

FOLHA - Qual será a diferença entre as "flagships" do Cidade Jardim e do Iguatemi?
PAVLOVSKY
- Ainda é cedo para dizer, mas certamente vamos focar diferentes tipos de clientes. Teremos uma grande variedade de produtos e vamos investir pesado nas vendas do prêt-à-porter, pois esse é um ponto-chave para fortalecer a Chanel no Brasil.

FOLHA - Por que a Chanel tem investido tanto nas "cruise collections", com campanhas, desfiles e comerciais próprios?
PAVLOVSKY
- Essa coleção deixou de ser apenas uma série intermediária de produtos. As peças chegam às lojas em novembro e permanecem à venda por oito meses. É a coleção com maior vida útil nas lojas. Além disso, essas coleções atendem diretamente as necessidades de países cujo clima é bastante ameno durante todo o ano.

FOLHA - Como são escolhidas as locações para esses desfiles especiais?
PAVLOVSKY
- Partimos da inspiração da coleção. A última foi em Xangai e agora estamos revivendo todo o charme francês de Saint-Tropez, que tem tudo a ver com a Chanel. Nos próximos anos podemos ir ao Brasil, por exemplo. Se os negócios se desenvolverem bem, por que não? É uma possibilidade real.

FOLHA - Na última temporada de desfiles, as transmissões ao vivo e em 3D ganharam espaço em Paris. Como a Chanel vê esse tipo de nova tecnologia?
PAVLOVSKY
- Acreditamos que as novas tecnologias têm de ser usadas como formas avançadas de mostrar os nossos produtos. No entanto, o foco da Chanel é e sempre será no que acontece dentro das butiques da marca: peças com acabamento perfeito e atendimento de primeira classe. O resto é blá-blá-blá.


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