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OPINIÃO NOVELA
Beijo gay do SBT foi tapa na Globo e na Record
Cena quente e sexy da novela "Amor e Revolução" revolucionou a realidade
VITOR ANGELO
DE SÃO PAULO
Às 22h59 da última quinta,
o SBT deu um tapa de luva
militar na católica Globo e na
evangélica Record ao colocar
no ar um capítulo da história
da teledramaturgia no país.
O dono do baú da felicidade promoveu a alegria do tão
esperado primeiro beijo gay
em uma novela brasileira.
Houve boatos de que, em
1963, no teleteatro chamado
"Calúnia", teria acontecido o
que seria o beijo lésbico entre
as atrizes Geórgia Gomide e
Vida Alves, mas não existe
registro da cena.
São as cenas gravadas por
Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre),
personagens da novela
"Amor e Revolução", de Tiago Santiago, que mostram a
primeira manifestação de
afeto íntimo homossexual da
televisão do Brasil.
O beijo entre elas foi quente, sexy, com pegada. Cenas
insinuantes de pernas se esfregando deram um tom
mais ousado à cena. Marcela,
mais resolvida com a sua bissexualidade, sabe bem o que
quer. Para Marina, tudo isso
é uma grande novidade.
Depois do beijo, elas questionam o papel da mulher e
da liberdade e independência que o sexo feminino pode
conquistar em relação aos
homens. A cena sozinha é
uma síntese do título da trama. Há amor e revolução.
E tudo isso num dia em
que houve um bate-boca entre a senadora Marinor Brito
(PSOL-PA) e o deputado Jair
Bolsonaro (PP-RJ), que perturbou a entrevista da senadora Marta Suplicy (PT-SP)
mostrando seus panfletos
antigay no Congresso.
E quando, em Uganda, está quase aprovada a lei que
prevê pena de morte aos homossexuais, a ficção revolucionou e poetizou a realidade
com um belo e longo beijo.
Que venham mais.
NA TV
Amor e Revolução
Novela do SBT
QUANDO de seg. a sex., às 22h15
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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