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Telas de jovens artistas chinesas expõem lado consumista do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Não foi desta vez. São Paulo
estava para receber esta semana três jovens artistas chinesas,
mas o governo negou o visto para que elas entrassem no Brasil.
Chegaram só as telas de Han
Yajuan, Wang Ke e Li Li para a
mostra aberta ontem pela galeria Thomas Cohn. E elas mostram o lado consumista da China, às voltas com a invasão de
Dior, Louis Vuitton e o luxo
ocidental, e apavorada com
uma era de gigantismos.
"O mercado está florescendo,
e o governo está prestando
atenção", diz à Folha Yajuan,
que retrata em seus quadros
garotas estilizadas com bolsas e
acessórios de marca. "O número de galerias, instituições e
centros de arte se multiplica
como bambu depois da chuva."
Talvez para fugir da padronização e reivindicar o direito à
expressão individual num país
com mais de 1 bilhão de habitantes, Ke confessa a própria
obsessão.
"Quero que todos se lembrem de mim, mesmo que eu
mude minhas roupas, meu cabelo", afirma a artista. "A única
coisa que podemos manipular
é nós mesmos."
Ke faz uma série de grandes
telas, todas retratando, com
uma pegada pop, um mesmo
rosto de traços minimalistas
em situações diferentes.
A tal busca pela diferença esbarra às vezes numa apropriação de traços ocidentais. Li exibe em suas telas forte influência, que ela nega, dos desenhos
e temas do cineasta Tim Burton. O componente local, que
ela também nega, aparece só
num quadro que mostra um
panda enjaulado mastigando as
barras da própria prisão.
(SM)
HAN YAJUAN, LI LI E WANG KE
Quando: de ter. a sex., das 11h às
19h; sáb., das 11h às 18h; até 12/7
Onde: galeria Thomas Cohn (av. Europa, 641, tel. 0/xx/11/3083-3355)
Quanto: entrada franca
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