São Paulo, sábado, 14 de junho de 2008

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Telas de jovens artistas chinesas expõem lado consumista do país

DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi desta vez. São Paulo estava para receber esta semana três jovens artistas chinesas, mas o governo negou o visto para que elas entrassem no Brasil.
Chegaram só as telas de Han Yajuan, Wang Ke e Li Li para a mostra aberta ontem pela galeria Thomas Cohn. E elas mostram o lado consumista da China, às voltas com a invasão de Dior, Louis Vuitton e o luxo ocidental, e apavorada com uma era de gigantismos.
"O mercado está florescendo, e o governo está prestando atenção", diz à Folha Yajuan, que retrata em seus quadros garotas estilizadas com bolsas e acessórios de marca. "O número de galerias, instituições e centros de arte se multiplica como bambu depois da chuva."
Talvez para fugir da padronização e reivindicar o direito à expressão individual num país com mais de 1 bilhão de habitantes, Ke confessa a própria obsessão.
"Quero que todos se lembrem de mim, mesmo que eu mude minhas roupas, meu cabelo", afirma a artista. "A única coisa que podemos manipular é nós mesmos."
Ke faz uma série de grandes telas, todas retratando, com uma pegada pop, um mesmo rosto de traços minimalistas em situações diferentes.
A tal busca pela diferença esbarra às vezes numa apropriação de traços ocidentais. Li exibe em suas telas forte influência, que ela nega, dos desenhos e temas do cineasta Tim Burton. O componente local, que ela também nega, aparece só num quadro que mostra um panda enjaulado mastigando as barras da própria prisão. (SM)


HAN YAJUAN, LI LI E WANG KE
Quando: de ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 18h; até 12/7
Onde: galeria Thomas Cohn (av. Europa, 641, tel. 0/xx/11/3083-3355)
Quanto: entrada franca



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