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CINEMA
"Super Size me", do americano Morgan Spurlock, abre hoje o evento
Festival de Brasília começa com ataques a fast food
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O polêmico documentário "Super Size me", do diretor americano Morgan Spurlock, abre hoje o
6º Festival Internacional de Cinema de Brasília (FIC Brasília).
Premiado em Sundance e inédito no Brasil, o documentário-
com a presença do diretor na cidade- é a principal atração do
festival, que traz à cidade uma seleção de filmes premiados nos recentes festivais internacionais.
Serão 131 filmes, entre longas e
curtas-metragens, apresentados
até o dia 25 de julho em três locais
diferentes da capital. Debates, lançamentos de livros e uma mostra competitiva
completam o festival. A entrada
inteira por filme custa R$ 14.
"Super Size me" é uma crítica
afiada à cultura do fast food norte-americana, com o diretor passando um mês à base de comida
da rede McDonald's -e sofrendo
efeitos nefastos como aumento de
peso e do colesterol.
Em tempos de crítica à cultura e
à política americana, o giro bem-humorado de Spurlock pelos
EUA em busca da explicação da
epidemia da obesidade lembra
seu conterrâneo Michael Moore.
Spurlock estará em Brasília para
debater o filme no dia 24. No dia
27, vai ao Rio para a exibição do
documentário no CCBB, que pela
primeira vez receberá parte da
programação do FIC Brasília.
O filme de Spurlock abre também a mostra "Preview" de filmes
inéditos do FIC Brasília. São mais
de 20 títulos, como o canadense
"The Corporation" (o produtor,
Bart Simpson, estará em Brasília),
"Lilja 4-Ever", do sueco Lukas
Moodysson, que além de vir para
o festival ganhará uma mostra especial com cinco de seus títulos.
Outra atração é a exibição de
"Matadores de Velhinha", dos irmãos Ethan e Joel Coen.
Se em 2002 a atração foi o ator
Morgan Freeman, neste ano a
tentativa era mais trabalhosa: trazer o diretor Woody Allen para a
estréia de "Igual a Tudo na Vida".
Não deu certo. "Quem sabe da
próxima", diz o diretor e idealizador do FIC, Marco Farani.
O FIC 2004 mescla filmes inéditos com clássicos brasileiros e
mostras de diretores e atores.
Neste ano, a direção do festival vai
conceder a Renato Aragão o Prêmio Mérito pela Carreira e terá
mostra de três de seus filmes.
"Ele é subestimado como artista
por uma classe pensante", diz Farani. "Mas é mais importante do
que parece", completa, sem se importar com a recente polêmica
entre Aragão e homossexuais.
Segundo a produção do festival,
a filmografia do humorista contabiliza mais de 40 obras, vistas por
100 milhões de pessoas. Para Farani, a linguagem simples e intuitiva de "Didi" mostra, em estilo
chapliniano, as mazelas do Brasil
com humor e delicadeza.
Em sua sexta edição, o festival
terá cinema ao ar livre no complexo da Academia de Tênis, que receberá um lounge, para que o
burburinho não atrapalhe as sessões. Por causa do patrocínio, o
festival ganhou o nome FIC Brasília Ourocard 2004. O apoio financeiro permitiu ainda que dez dos
filmes sejam exibidos no CCBB
do Rio. Há planos de levar parte
do evento também para SP.
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