São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Festival de foto destaca chineses e indianos

Mostra de fotografia mais antiga do mundo, em Arles, traz 50 exposições

38º Rencontres d'Arles, que vai até setembro, tem competições e palestras e presta tributo à agência Magnum, que faz 60 anos

MARIANA VASCONCELLOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ARLES

A charmosa cidade de Arles, no sul da França, que inspirou inúmeros quadros de Van Gogh, abriu suas portas novamente para o mais antigo e um dos mais apreciados festivais de fotografia. O 38º Rencontres d'Arles, que começou no dia 3 deste mês e vai até 16 de setembro, tem 50 exposições simultâneas e atrai em média 6.000 entusiastas e profissionais da fotografia do mundo inteiro.
Além das mostras de "estilo" contemporâneo, artístico, experimental e histórico, o festival oferece exibições em vídeo, competições fotográficas e palestras com profissionais renomados. Neste ano, o evento destaca principalmente trabalhos da China e da Índia.
Numa fábrica abandonada, o Rencontres apresenta obras de artistas chineses da Dashanzi Art District do subúrbio de Pequim: um centro de produção experimental criado após a ocupação de uma antiga zona industrial e militar em 2002.
Grande parte dos trabalhos foram feitos por performers que usaram a fotografia para expressar transformações sociais. O tema recorrente é a destruição e reconstrução do país, com o destaque para a mostra dos Gao Brothers, que, numa mistura de ternura, ironia e humor, satirizam a imposição de uma uniformidade cultural.
Diferente da restrição governamental sob a qual a expressão artística chinesa floriu, a fotografia na Índia se desenvolve com outras características, notadamente uma forte ligação com tradição, família, relações sociais e amorosas.
Há também espaço para a nova geração, que explora temas como o auto-retrato ou a intimidade do lar. Entre os arquivos históricos, há uma retrospectiva de imagens da Índia desde os anos 60 feita por um dos mais conceituados fotógrafos do país, Raghu Rai.
Este ano, a agência Magnum recebeu uma homenagem pelos seus 60 anos, com uma retrospectiva. Fora dos temas principais, uma atração popular são as 300 polaróides da coleção de Pannonica de Koeningswarter, uma rica herdeira que, entre os anos 50 e 80, documentou momentos da vida privada de futuras estrelas do jazz, como Charlie Parker, Bud Powell, Thelonious Monk.
Outra curiosidade é a seleção de fotos do cotidiano tiradas de blogs ou mesmo do lixo, expostas pelo diretor de arte holandês Erik Kessel.


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