São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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CRÍTICA MACROSSÉRIE

"O Astro" convence como homenagem

Autora do original, Janete Clair aparece nos bons diálogos, mas veteranos do núcleo de milionários derrapam

KEILA JIMENEZ
COLUNISTA DA FOLHA

Remake não tem garantia. O que parece a estrada mais curta para uma história de sucesso é uma longa jornada de comparações. De olho nisso, a Globo pegou o atalho: estreou "O Astro" em clima de homenagem.
A saga de Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) mostra desde o começo que as mudanças vão além das atualizações no tempo.
O mocinho/trambiqueiro abre a trama encrencado, mas paga por seu erro na cadeia, sem fugir, diferentemente do original. O Quintanilha da vez está mais para mocinho do que para trambiqueiro. Por enquanto.
Felipão na tela e Galvão na narração localizam o folhetim no tempo: Copa de 2002. Já o diretor Mauro Mendonça Filho se encarrega de sua parte: cena ágil de perseguição em vielas claustrofóbicas. Dispenso a parte pastelão da invasão de uma casa.
Janete Clair, a criadora do herói errante, está lá. Surge logo nas primeiras frases de Francisco Cuoco, o Quintanilha original, em ponta de luxo. "Posso trazer seu amor de volta em três dias, só não posso dizer quanto ele vai aguentar antes de fugir de novo", avisa o mago Ferragus, que ele interpreta.
Mais adiante, Janete surge de novo, na boca de Regina Duarte. "Você não pensa em dinheiro porque tem", avisa ela ao herdeiro dos Hayalla.
Finalmente Alcides Nogueira, o adaptador da história, revela-se em uma tirada que poderia ser de Almodóvar. "Me chamo Consolação para quê?", diz uma mãe enquanto consola a filha. O núcleo de Salomão Hayalla (Daniel Filho) derrapa.
O milionário com morte predestinada não desce do palanque. Daniel Filho parece discursar o tempo todo. Com aplique de Jackie Onassis, Regina Duarte faz biquinho.
Já Thiago Fragoso honra o dono do papel original. Menos peludo, é claro, faz bonito na cena de nu que marcou a carreira de Tony Ramos. O som do gelo no copo de uísque avisa: ricos em crise.
Em passagem relâmpago, Carolina Ferraz, chique de doer, divide a cena com o pai-problema (Reginaldo Faria).
Eis então que surge Lombardi na tela, de turbante e kajal no olho. O sedutor Raj, de "Caminho dos Índias", voltou? Para alegria do mulherio sim, e melhor. Agora ele adivinha o futuro e levita.

NA TV

O Astro
Estreia da macrossérie
QUANDO de ter. a sex., às 23h, na Globo
CLASSIFICAÇÃO não informada
AVALIAÇÃO bom


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