São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Sindicatos lançam "Salve a TV Cultura"

Movimento é reação a mudanças propostas pelo presidente João Sayad para a emissora

DE SÃO PAULO

As diretorias dos sindicatos dos jornalistas e dos radialistas de SP lançaram na quinta à noite, em reunião de que participaram cem pessoas, o movimento "Salve a Rádio e a TV Cultura".
É a primeira tentativa de reação às mudanças que João Sayad, presidente da Fundação Padre Anchieta (mantenedora da Cultura), pretende implantar. Sayad já anunciou o término do programa "Manos e Minas" e do "Login", focados em jovens.
Para a diretora do sindicato dos jornalistas, Rose Nogueira, o movimento "não visa apenas defender o emprego dos funcionários da emissora, ameaçados de demissão em massa, mas também defender um patrimônio cultural do povo paulista".
Sayad assegurou anteontem a representantes dos radialistas e dos jornalistas que não tem a intenção de demitir 1.400 funcionários, como chegou a ser veiculado.
Segundo o presidente da Fundação Padre Anchieta, as dispensas devem atingir no máximo 450 trabalhadores responsáveis pela realização de programas que a Cultura prepara para veiculação na TV Justiça e TV Assembleia, entre outros -e que não serão mais produzidos pela emissora.
Aos sindicalistas, Sayad disse que essas demissões devem acontecer até dezembro deste ano.
"Nós, funcionários da Cultura, não somos os responsáveis pelo caos financeiro a que os 16 anos de gestão tucana levaram a fundação", disse uma jornalista da emissora. Ela atuava no programa "Manos e Minas".
"Temos que discutir o que deve ser uma TV pública. O Sayad já disse que quer fechar várias unidades de produção de programas e passar a comprar conteúdos de produtoras independentes. Para isso não é preciso uma TV Cultura. Basta uma antena", disse o presidente do sindicato dos jornalistas, José Augusto de Oliveira Camargo. (LAURA CAPRIGLIONE)


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