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MANIA AMERICANA
Listas viram febre
no final do século
AMIR LABAKI
de Nova York
Nem todos são Peter Greenaway
e criam arte a partir da obsessão
americana por listas. Uma relação
feita pela NASA deu origem à ópera "100 Objetos para Representar
o Mundo", que tem hoje sua estréia paulistana. Poucas listas têm
destino tão nobre.
A maioria limita-se a gerar ruído
e publicidade, como as polêmicas
relações de cem maiores filmes
americanos e cem principais romances em língua inglesa deste século, respectivamente preparadas
pelo American Film Institute e pela Modern Library da editora Random House (leia textos abaixo).
A nova febre americana por listas alcançou seu novo pico na edição desta semana da revista "Entertainment Weekly". Não bastou
trazer nas semanas anteriores suas
relações daqueles que têm "it"
em 1998 e dos 25 principais atores
da década (com apenas dois ingleses, Ralph Fiennes e Daniel
Day-Lewis, num clubinho de americanos): a última "EW" oferece a
seus leitores nada menos que "As
50 Melhores Listas".
Sim, é o vale-tudo. Não surpreende, logo, que encabece a relação "Os 50 Mais Bonitos" da revista "People", esnobando-se para o segundo posto os "Dez Mandamentos" recebidos por Moisés.
As teses de Lutero, os fundamentos do budismo, as tribos de
Israel e os pecados capitais marcam presença, alternam-se com a
lista de compras de Marlon Brando no armazém, o "Top Ten" de
David Letterman, os dez mais procurados pelo FBI e os livros citados no processo envolvendo Monica Lewinsky. Há assim coerência
em encerrar com Franz, afinal,
Liszt.
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