|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Festival acaba hoje sem favorito
do enviado a Gramado
O 27º Festival de Gramado termina hoje sem um claro favorito
ao Kikito de melhor filme.
Se o júri acompanhar as reações
gerais do público e da crítica, os
principais prêmios deverão ser
repartidos entre os longas "Santo
Forte", de Eduardo Coutinho,
"Nós Que Aqui Estamos por Vós
Esperamos", de Marcelo Masagão, "La Vida Es Silbar", de Fernando Pérez (Cuba), e "Los
Amantes del Circulo Polar", de
Julio Medem (Espanha).
O terceiro longa-metragem brasileiro em competição, "Por Trás
do Pano", de Luiz Villaça, exibido
anteontem, também foi bem recebido pelo público e tem boas possibilidades de prêmios em categorias como roteiro, fotografia, direção de arte, ator (Luiz Mello) e
atriz (Denise Fraga).
O filme é uma comédia dramática que acompanha as relações
interpessoais nos bastidores de
uma montagem teatral de "Macbeth", de Shakespeare.
"Por Trás do Pano" tem como
ponto forte suas soluções cenográficas e de iluminação, que
criam um espaço virtual de representação, entre o palco e o "mundo real".
Seu ponto fraco é a superficialidade dos personagens e da maioria dos diálogos e piadas. Mas o
filme ganha força e intensidade na
sequência do último ensaio da peça, em que a tensão dramática
cresce a cada fragmento da obra
de Shakespeare.
Curtas desiguais
Num ano de poucos curtas-metragens de exceção, a preferência
do público e da crítica parece recair sobre dois títulos, ambos de
animação: "De Janela para o Cinema", de Quiá Rodrigues, e
"Deus É Pai", de Allan Sieber.
O primeiro, realizado com bonecos de massinha, homenageia
várias cenas e personagens do cinema e culmina com um encontro delicioso: Grande Otelo (caracterizado como Macunaíma)
no colo de Marilyn Monroe, perguntando: "Está gostoso, coração?"
"Deus É Pai", um desenho animado de traços toscos e expressivos, empolgou a platéia com sua
virulência subversiva: Deus pai e
Jesus -este último com uma camiseta do Kiss- lavam a roupa
suja de seu relacionamento milenar, diante de uma terapeuta. É de
rolar de rir.
A noite de anteontem foi marcada por uma interminável homenagem ao casal de produtores
Lucy e Luiz Carlos Barreto. Eles
subiram ao palco com a família
toda, da mãe de Lucy, Lucíola Villela, aos netos, passando pelos filhos cineastas Fábio e Bruno.
Depois disso, foi exibido o
igualmente interminável vídeo
"Lucy e Luiz Carlos Barreto -Uma
Paixão de Cinema", de Fábio Barreto.
(JGC)
Texto Anterior: Filme é um mergulho no imaginário Próximo Texto: Leon Cakoff estréia como cineasta com curta-metragem Índice
|