"Rádio Variété" marca o retorno do grupo circense ao teatro de rua com supervisão de Antônio Nóbrega

Espetáculo aposta em referências à locução esportiva de Osmar Santos e às narrações de crimes de Gil Gomes

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Rádio foi feito para ouvir, mas não no espetáculo de rua "Rádio Variété", que a companhia circense La Mínima estreia hoje no centro de São Paulo. A peça será apresentada até sábado. Com cenário montado a partir de equipamentos de um estúdio, os dois integrantes do grupo, Domingos Montagner e Fernando Sampaio, fundem as linguagens do clown e do rádio.
O músico Filipe Bregantim participa como convidado e fecha o elenco do picadeiro cibernético. Ele é um jovem que toca violão, cavaquinho, pandeiro e participou de oficinas do La Mínima.
Da parafernália mambembe surge um programa quase anárquico, criado ao vivo, com referências a brasileiros notáveis da rádio AM. A locução esportiva de Osmar Santos e as narrações de crimes de Gil Gomes dão base à pesquisa do grupo.
Com aberturas para participação do público, o espetáculo representa um retorno ao teatro de rua de uma companhia que tem o improviso como berço. Nos últimos anos, o La Mínima se fez notar com peças roteirizadas, para palco italiano.
Em "Rádio Variété", os três falam sem parar. "No rádio, não há espaço para branco, tudo tem de ser preenchido", explica Domingos Montagner. A peça tem orientação geral do violonista Antônio Nóbrega e direção musical de Marcelo Pellegrini.