DA REPORTAGEM LOCAL

O produtor Roberto Verta, um veterano no mundo das gravadoras brasileiras, trabalhou com quase todos os artistas hispânicos ou latino-americanos que conseguiram de algum modo "acontecer" por aqui. Do veterano Julio Iglesias, nos anos 80, até Shakira, Ricky Martin e Juanes, nos dias de hoje.
Para ele, o sucesso da carreira internacional de Roberto Carlos é uma exceção num cenário em que o intercâmbio entre as músicas brasileira e latina tem tanta dificuldade de se concretizar.
"Num determinado momento, Roberto foi um artista tão popular no mundo latino quanto aqui. Canções como "Café da Manhã" estão na cabeça de pessoas em muitos países. Na história da música pop, existem poucos exemplos de artistas com um nível de comunicação com as mais variadas nacionalidades quanto ele", afirma.
Verta considera que apenas três brasileiros ficaram realmente populares no mundo de fala hispânica: Roberto Carlos, Nelson Ned e Alexandre Pires (ex-Só pra Contrariar).
"Roberto Carlos e Nelson Ned tiveram sucesso continuado e são cultuados até hoje. As demais histórias de suces- so, como dos grupos Skank e Paralamas do Sucesso, foram pontuais, duraram apenas algum tempo."
Hoje gerente artístico da T4F Entretenimento S.A. (ex-CIE Brasil), Verta acha que a idéia de que a diferença de idioma explica a distância cultural entre Brasil e outros países da América Latina é uma redução.
"Muitos dos artistas latinos fazem muito sucesso em países de língua não-hispânica, como Alemanha, Itália, França, Coréia e outros. O que existe é desconhecimento e talvez um pouco de preconceito", diz Verta. (SC)


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