Apresentação terá também Banda de Pife Princesa do Agreste

ELISANGELA ROXO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O baiano Gilberto Gil se apresenta com o power trio cuiabano Macaco Bong, a Banda de Pife Princesa do Agreste, DJ Tudo e VJ Scan no show "Futurível" hoje à noite no Auditório Ibirapuera.
Até o primeiro ensaio na semana passada, Gil não conhecia os músicos nem as músicas do Macaco Bong, representante da nova geração da música brasileira.
"Ele já tinha ouvido falar de nós, mas não tinha escutado nosso som", diz o baixista do grupo, Ney Hugo, 25.
O trio ganhou notoriedade por desconstruir arranjos de música popular com harmonias de jazz e rock.
O convite para "Futurível" (nome que é também uma faixa do álbum "Gilberto Gil", de 1969) veio de Cláudio Prado, velho amigo do músico baiano e produtor do show de hoje.

VERSÃO
Segundo Hugo, Gil gostou do que viu até agora. "Ele acredita que encontramos um caminho diferente do dele e do nosso", diz.
A versão que mais agrada ao jovem músico é a do forró "O Canto da Ema", do disco "Expresso 2222", de 1972.
Eles mudaram o arranjo do forró alegre para a melodia acompanhar o clima de melancolia da letra de Jackson do Pandeiro (1919-1982): "Você bem sabe/ Que a ema quando canta/ Vem trazendo no seu canto/ Um bocado de azar". "Ficou tipo um The Cure em ritmo de forró", afirma Hugo.
O show marca o encerramento do Fórum Internacional Geopolítica da Cultura e da Tecnologia, e simbolicamente dá início ao 2º Fórum da Cultura Digital Brasileira, que começa amanhã na Cinemateca Brasileira.
O Macaco Bong faz parte do Circuito Fora do Eixo, rede de produtores que busca estimular a circulação de bandas independentes e o intercâmbio tecnológico de produção.
Para Hugo, o show é um marco. "Estamos completamente realizados com o diálogo do nosso movimento político e musical com Gil."