São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2001

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ANÁLISE

Nem FHC escapa às seduções das drags

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Kaká di Polly é a nossa Divine, a versão para lá de brasileira do performer do filme de John Waters. Mais que isso, Kaká é uma das grandes personalidades da cena gay na cidade: apareceu em 85, vestida de borboleta prateada no famoso Carnaval da boate Corintho. Mas ganhou visibilidade mesmo nos anos 90, com o boom da cultura drag no país.
Desde o início da década, as drags passaram a simbolizar o modelo de sexo seguro que precisou ser implantado pós-Aids. Representam a diversão suprema, leve, alegre e desencanada. Espécie de anjos noturnos, dessexualizados e assexuados, apesar de terem no sexo seu tópico principal.
Brincando, elas conseguem mesmo relaxar preconceitos e ampliar as fronteiras da tolerância. Desde 92, nos acostumamos a ver drags nas festas, na mídia, nas novelas e até no noticiário. Quem lembra quando, em 1994, Isabelita dos Patins apareceu nas primeiras páginas de todos os jornais brasileiros ao beijar o então aspirante a presidente Fernando Henrique Cardoso? Nem os tucanos escapam à sedução das drags.



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