São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2005

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Prêmio que revelou DBC é "revelação"

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mão lava a outra. O Booker Prize levou DBC Pierre às alturas, mas DBC Pierre também ajuda a corroborar o status de prêmio mais "cool" da literatura contemporânea ao Booker Prize. Criada em 1969, a premiação britânica vem ganhando nos últimos anos a condição de galardão mais prestigiado da língua inglesa.
"Hoje o Booker já é mais prestigiado no mercado editorial internacional do que prêmios tradicionais como o Goncourt. Só perde nisso para o Nobel", diz a editora da Record, Luciana Villas-Boas.
Titio Nobel, com mais de cem anos, ainda é imbatível, com sua tradição e seus US$ 1 milhão (o Booker dá menos de um décimo). Mas em essência é um prêmio que certifica talentos conhecidos.
Não é à toa que o Booker passou recentemente a ser chamado também de Man Booker. O patrocinador do prêmio é o conglomerado Man Group, da área de investimentos. E investimento é o que o Booker faz nos seus premiados, muitas vezes "apostas" no escuro.
A lista de últimos vencedores, abaixo, mostra que as aplicações vêm sendo bem feitas -e que vencer o prêmio é bom passaporte para ser publicado até em países distantes como o Brasil (dos últimos 18 vencedores, só cinco ainda não saíram por aqui).
"A Vida de Pi", do canadense Yann Martel, recém-lançado pela Rocco, e "Vernon God Little" são exemplos concretos e recentes da força do prêmio. Então desconhecidos, hoje vendem globo afora.
Outro editor de alguns vencedores do Booker, Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, que publica, entre outros, J.M. Coetzee (juntamente com o australiano Peter Carey o único que já ganhou duas vezes o prêmio), diz que a influência nas vendas é indireta.
"Por ser importante e conceituado o prêmio ajuda a indicar aos editores bons livros e sinaliza para a imprensa a qualidade literária dos ditos cujos", diz Schwarcz.
Outro dono de alguns "Bookers", Paulo Rocco, da editora que leva seu sobrenome, fala no mesmo diapasão. "No Brasil o prêmio tem uma importância muito mais prestigiosa do que comercial", afirma.
(CEM)

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