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TEATRO
Teatro de Estádio será construído ao lado do Oficina; shopping aberto também faz parte dos planos para o terreno
Zé Celso aceita projeto de Silvio Santos
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
O acordo de paz entre o teatro
Oficina e o Grupo Silvio Santos
está prestes a ser selado. Após 25
anos de discórdia sobre a construção de um shopping ao lado da sede do grupo de José Celso Martinez Corrêa, na Bela Vista, as duas
partes chegaram a um consenso.
O projeto, aprovado por integrantes da cia. teatral durante
uma reunião anteontem, é de autoria de Marcelo Ferraz, 49, que
trabalhou durante 15 anos com a
arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992), responsável pelo Oficina.
Contratado por Silvio Santos,
Ferraz desenvolveu a idéia de
Teatro de Estádio, a antiga reivindicação de Zé Celso para o terreno
contíguo ao do Oficina. Segundo
o arquiteto, o empresário também já deu seu aval.
O shopping ficará ao redor dos
dois teatros e terá varandas que
lembram as galerias comerciais
dos anos 50.
"É muito difícil atender aos interesses das duas partes, mas para
nós o mais importante é a cidade", afirma o arquiteto, que desenvolveu o projeto em parceria
com seus sócios Marcelo Suzuki e
Francisco Sanucci.
Para a construção, que deve começar após a aprovação do projeto na prefeitura, serão demolidos
uma antiga sinagoga e a sede do
grupo Silvio Santos.
"É a realização de um sonho, de
uma luta de 25 anos", diz Zé Celso. "É o único shopping onde o
teatro não estará inserido como
uma gaveta", elogia.
A nova sala terá capacidade para mil pessoas, em uma semi-arena, inspirada pelos teatros gregos
da Antigüidade. O palco ficará no
mesmo nível do do Oficina e
eventualmente eles poderão ser
usados em conjunto.
A concepção original do Teatro
de Estádio é do escritor Oswald de
Andrade (1890-1954), e Zé Celso
pretende homenageá-lo na inauguração, encenando a peça "O
Homem e o Cavalo", de autoria
do modernista.
O diretor deseja que a administração do novo espaço fique com
uma comissão formada por representantes do teatro brasileiro.
"O Silvio Santos foi maravilhoso, ele teve um gesto de grandeza.
Durante 25 anos foi difícil o nosso
entendimento com a área financeira do grupo. A presença dele
implodiu o projeto do [arquiteto]
Julio Neves", diz o diretor.
A aproximação entre o apresentador e empresário e Zé Celso
aconteceu após um encontro entre eles no Oficina.
Depois de uma carta aberta escrita por Contardo Calligaris, psicanalista e colunista da Folha, publicada na Ilustrada em 15 de
abril do ano passado, o senador
Eduardo Suplicy telefonou para
Silvio Santos, que manifestou interesse em conhecer o teatro.
O encontro foi o ponto de partida para o acordo. Na reunião em
que os membros do Oficina ratificaram o novo projeto, estavam,
além de Zé Celso, o ator e diretor
Marcelo Drummond, a atriz Luciana Domschke, a escritora e psicanalista Betty Milan e Calligaris,
entre outros.
"A Luta"
Além das pazes com o vizinho, o
grupo Uzyna Uzona comemora o
novo patrocínio da Petrobras.
Atualmente, a cia. ensaia o penúltimo episódio de "Os Sertões",
baseado na obra de Euclydes da
Cunha, sobre Canudos.
"A Luta" será dividida em duas
partes. A primeira deve estrear no
aniversário de Zé Celso, em 30 de
março, e aborda as três primeiras
expedições narradas no livro. A
quarta expedição será encenada
no último ato da saga.
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