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Riofilme estuda ir à Justiça para reaver R$ 1,3 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
A distribuidora Riofilme,
vinculada à Prefeitura do Rio
de Janeiro, estuda ir à Justiça
neste semestre, para tentar
reaver o R$ 1,3 milhão que investiu no longa "Chatô - O Rei
do Brasil", em 2003.
"Guilherme Fontes está inadimplente com a Riofilme. Ele
nos deve o filme pronto", afirma o diretor comercial da distribuidora, Antônio Urano.
De acordo com Urano, pelo
contrato com Fontes, a Riofilme teria os direitos de lançamento de "Chatô" em cinema,
DVD e TV por assinatura, em
contrapartida ao investimento
que fez no filme.
Prazo
A data prevista no contrato
para a conclusão de "Chatô" era
30 de maio de 2004. Esse prazo
chegou a ser prorrogado para
novembro daquele ano, mas
também não foi cumprido.
Em ação extrajudicial a Riofilme já cobrou de Fontes a devolução do dinheiro ou a entrega imediata do filme. "É uma situação complicada essa relação
dele [Fontes] com o filme e com
quem apostou no filme. Mas estamos empenhados em resolver, usando o instrumental jurídico possível", diz Urano.
Ele afirma que o aporte feito
na produção de "Chatô", de R$
1,3 milhão, "é alto para o padrão
histórico da Riofilme" e que a
decisão de investir esse valor
foi baseada na avaliação "da
época" de que "o filme tem supostamente uma importância".
"Chatô - O Rei do Brasil" é
uma adaptação para as telas do
livro homônimo em que Fernando Morais biografa o magnata das comunicações Assis
Chateaubriand (1892-1968).
Lançado em 1994, "Chatô" teve
êxito de público e de crítica.
"Tenho muito respeito por
Urano, mas certamente ele está
mal informado", afirma Fontes. "A Riofilme colocou um
produtor-delegado para acompanhar meu filme, que jamais
foi ao set, jamais discutiu ou falou com qualquer pessoa da minha equipe. Ou seja, recebeu
um salário, contra a minha vontade, e jamais foi ao set de filmagem. O que a Riofilme pode
falar de mim?", diz Fontes.
Urano afirma que a Riofilme
aguardará até março antes de ir
à Justiça, porque recebeu de
Fontes um aceno de que o filme
ficaria pronto nesse mês e também porque "essas ações envolvem custos altos".
A informação de que Fontes
mostrou uma versão quase
pronta do filme a amigos circula no Rio há duas semanas.
Urano disse que um profissional de uma distribuidora
alemã também lhe contou haver visto trechos do filme.
Fontes diz que, para ter a cópia finalizada de "Chatô", ainda
falta arrematar efeitos especiais relacionados à ambientação de época do filme.
Orçamentos
Somados, os R$ 2,6 milhões
que Petrobras e BR exigem de
volta e o R$ 1,3 milhão que a
Riofilme quer reaver, caso Fontes não conclua o filme, correspondem à média dos orçamentos na atual produção brasileira. "Se Eu Fosse Você", de Daniel Filho, líder do ranking nacional 2006 (3,6 milhões de espectadores), captou R$ 4,3 milhões pelas leis de incentivo, segundo dados da Ancine.
(RM e SA)
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