São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Riofilme estuda ir à Justiça para reaver R$ 1,3 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

A distribuidora Riofilme, vinculada à Prefeitura do Rio de Janeiro, estuda ir à Justiça neste semestre, para tentar reaver o R$ 1,3 milhão que investiu no longa "Chatô - O Rei do Brasil", em 2003.
"Guilherme Fontes está inadimplente com a Riofilme. Ele nos deve o filme pronto", afirma o diretor comercial da distribuidora, Antônio Urano.
De acordo com Urano, pelo contrato com Fontes, a Riofilme teria os direitos de lançamento de "Chatô" em cinema, DVD e TV por assinatura, em contrapartida ao investimento que fez no filme.

Prazo
A data prevista no contrato para a conclusão de "Chatô" era 30 de maio de 2004. Esse prazo chegou a ser prorrogado para novembro daquele ano, mas também não foi cumprido.
Em ação extrajudicial a Riofilme já cobrou de Fontes a devolução do dinheiro ou a entrega imediata do filme. "É uma situação complicada essa relação dele [Fontes] com o filme e com quem apostou no filme. Mas estamos empenhados em resolver, usando o instrumental jurídico possível", diz Urano.
Ele afirma que o aporte feito na produção de "Chatô", de R$ 1,3 milhão, "é alto para o padrão histórico da Riofilme" e que a decisão de investir esse valor foi baseada na avaliação "da época" de que "o filme tem supostamente uma importância".
"Chatô - O Rei do Brasil" é uma adaptação para as telas do livro homônimo em que Fernando Morais biografa o magnata das comunicações Assis Chateaubriand (1892-1968). Lançado em 1994, "Chatô" teve êxito de público e de crítica.
"Tenho muito respeito por Urano, mas certamente ele está mal informado", afirma Fontes. "A Riofilme colocou um produtor-delegado para acompanhar meu filme, que jamais foi ao set, jamais discutiu ou falou com qualquer pessoa da minha equipe. Ou seja, recebeu um salário, contra a minha vontade, e jamais foi ao set de filmagem. O que a Riofilme pode falar de mim?", diz Fontes.
Urano afirma que a Riofilme aguardará até março antes de ir à Justiça, porque recebeu de Fontes um aceno de que o filme ficaria pronto nesse mês e também porque "essas ações envolvem custos altos".
A informação de que Fontes mostrou uma versão quase pronta do filme a amigos circula no Rio há duas semanas.
Urano disse que um profissional de uma distribuidora alemã também lhe contou haver visto trechos do filme.
Fontes diz que, para ter a cópia finalizada de "Chatô", ainda falta arrematar efeitos especiais relacionados à ambientação de época do filme.

Orçamentos
Somados, os R$ 2,6 milhões que Petrobras e BR exigem de volta e o R$ 1,3 milhão que a Riofilme quer reaver, caso Fontes não conclua o filme, correspondem à média dos orçamentos na atual produção brasileira. "Se Eu Fosse Você", de Daniel Filho, líder do ranking nacional 2006 (3,6 milhões de espectadores), captou R$ 4,3 milhões pelas leis de incentivo, segundo dados da Ancine. (RM e SA)


Texto Anterior: Petrobras cobra R$ 2,6mi de Fontes pelo filme 'Chatô'
Próximo Texto: Guilherme Wisnik
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.