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Crítica
"Brasília 18%" prova elo entre grandes cineastas
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Grande representante do cinema moderno brasileiro nos
anos 50, Nelson Pereira dos
Santos era forte inspiração para cinemanovistas que embarcavam na aventura da direção.
O cinema novo, assim, teve
como lição o "realismo" do Nelson Pereira de "Rio 40 Graus" e
"Rio Zona Norte" -inspirado
no neo-realismo italiano, e bem
sabemos o quanto Glauber Rocha admirava seu grande nome,
Roberto Rossellini.
Em "Brasília 18%" (Canal
Brasil, 19h30), inverte-se o fluxo, pois agora é o pai quem segue algo anunciado pelos filhos. No caso, pelo Glauber de
"A Idade da Terra", que filmou
a capital como uma terra em
transe, área de tumulto ideológico, curto-circuito político.
Nelson Pereira volta-se, em
2006, para uma Brasília já falecida, com vazios fantasmagóricos e corrupção a todo vapor,
para falar sobre o legista que
tenta desvendar um assassinato. Interessante que, no meio
dessa agonia e morte do país, se
comprova o parentesco de dois
grandes cineastas brasileiros.
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