São Paulo, terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Crítica

"Brasília 18%" prova elo entre grandes cineastas

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Grande representante do cinema moderno brasileiro nos anos 50, Nelson Pereira dos Santos era forte inspiração para cinemanovistas que embarcavam na aventura da direção.
O cinema novo, assim, teve como lição o "realismo" do Nelson Pereira de "Rio 40 Graus" e "Rio Zona Norte" -inspirado no neo-realismo italiano, e bem sabemos o quanto Glauber Rocha admirava seu grande nome, Roberto Rossellini.
Em "Brasília 18%" (Canal Brasil, 19h30), inverte-se o fluxo, pois agora é o pai quem segue algo anunciado pelos filhos. No caso, pelo Glauber de "A Idade da Terra", que filmou a capital como uma terra em transe, área de tumulto ideológico, curto-circuito político.
Nelson Pereira volta-se, em 2006, para uma Brasília já falecida, com vazios fantasmagóricos e corrupção a todo vapor, para falar sobre o legista que tenta desvendar um assassinato. Interessante que, no meio dessa agonia e morte do país, se comprova o parentesco de dois grandes cineastas brasileiros.


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