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TELEVISÃO
Crítica
"Perdas e Danos" condena amor entre amantes
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Apesar de contemporâneo e
de até fazer, tortuosamente ou
não, um cinema relativamente
moderno, o cineasta Louis Malle nada tinha a ver com a nouvelle vague francesa.
Além da falta de afinidades
pessoais e mentais, o fato é que,
entre acertos como "Trinta
Anos Esta Noite" (1963) e desastres como "Pretty Baby"
(1978), sempre houve uma
abordagem sensacionalista que
torna moralista o que deveria
ser um tema moral.
Um exemplo está em "Perdas e Danos" (TC Cult, 18h10,
16 anos), de 1990. Mal filmado
à beça, mas inegavelmente
uma história forte, fala sobre
pai (Jeremy Irons) e nora (Juliette Binoche) que se apaixonam loucamente e mergulham
num romance clandestino.
Malle escolhe o aspecto desairoso, jamais a beleza da situação, que estaria nesse encontro extraordinário de vontades gêmeas, entre dois seres
que, antes de tudo, são homem
e mulher no exercício da vida.
Os amantes são condenados e
poderiam estar num filme de
Adrian Lyne ("Atração Fatal").
Jamais num de Eric Rohmer.
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