São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

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"Cidade não está preparada", diz secretário

DE SÃO PAULO

O secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, disse que o projeto original para a Mário de Andrade foi abortado por segurança e porque sacrificaria um oásis do prédio.
Segundo ele, "a cidade ainda não está preparada completamente" para eliminar as grades no local.
Calil admite, contudo, que a cerca não resolve o problema de segurança. "Nada resolve, ela [grade] só dificulta. O problema é não expor demais o edifício a todo tipo de invasão."
"Mendigos?", questionou a reportagem.
"Todo tipo de gente para pra descansar, tem todo tipo de uso. É preciso preservar um pouquinho."
Segundo ele, o Conpresp fez restrições à rampa que levaria à praça, e a direção da biblioteca vetou um novo acesso pela sala de leitura de periódicos, "um dos lugares mais preciosos" do edifício.
A diretora da biblioteca, Maria Christina Barbosa de Almeida, também estranha os habitantes da praça. "Rezemos para que essas grades mais baixas resolvam o problema em relação aos nossos vizinhos", disse na quarta, ao guiar a Folha numa visita.
"Os moradores da praça estavam encostados em nossa grade. Não chegam a ser nossos usuários."
Mais tarde, alertou, brincando: "Não vai escrever que eu não gosto de pobre, que você vai ver".
O presidente do Conpresp, José Eduardo de Assis Lefèvre, está em férias. A secretaria informou que o conselho solicitou "menos interferência" no imóvel, que é tombado.


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