São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Vencendo os céticos, Amy chega ao fim de sua turnê

Depois de cair no palco em Recife, Amy encerra festival em São Paulo

Diva britânica do novo soul é a quinta atração da noite no palco da Arena Anhembi, com ingressos esgotados

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Amy Winehouse deve entrar hoje no palco montado na Arena Anhembi, em São Paulo, cerca de dez dias e 15 horas depois de ter desembarcado no Rio de Janeiro.
Se a apresentação ocorrer normalmente, após quatro atrações que abrem o Summer Soul Festival, e ela deixar o país em seguida, terá passado 260 horas no Brasil. Dessas, seis horas terão sido dedicadas a cinco shows.
O resto do tempo, a driblar os maus agouros.
Artista quase desenganada no show business, a cantora britânica encerrou com a turnê brasileira um hiato de dois anos sem cantar.
O roteiro de Amy no período passou por brigas com fãs e repórteres, divórcio, condenação por agressão, excessos de álcool e drogas, internações hospitalares e milhões de dólares indo pelo ralo.
Quando foi anunciada a turnê brasileira, o ceticismo se espalhou no noticiário referente à cantora de 27 anos. Será que ela vem?
Depois que Amy chegou ao Rio e praticamente se internou num hotel, essa pergunta foi trocada por "será que ela sobe ao palco?".
Uma vez começado cada show, a nova dúvida: "Ela aguenta até o fim?".
Os shows foram regulares em sua irregularidade. Todos com bons e maus momentos, de trechos de letras esquecidos ao tombo em Recife, na última quinta-feira.
Diante dos pernambucanos, ela discutiu com a banda e chegou a ficar oito minutos fora do palco. Encerrou com hits e deixou mais uma vez a plateia dividida entre prazer e decepção.
Piora a situação de Amy cantar nessa turnê depois de dois nomes bons, jovens e entusiasmados da nova soul music, Mayer Hawthorne e Janelle Monáe -que no show de hoje ganham reforço dos locais Instituto e Miranda Kassin & André Frateschi.
Reclamações de que o show é curto foram recorrentes, mas Amy não entrega aqui menos do que fazia em seu auge, em 2007 e 2008. O set list do primeiro show, em Florianópolis, foi praticamente igual ao de sua performance consagradora no Festival de Glastonbury (Inglaterra) de 2007, com 17 músicas em uma hora e meia.
Amy parece estar se poupando no Brasil, mostrando versões mais enxutas das músicas, em pouco mais de uma hora de show.
Os ingressos da turnê, de até R$ 700, alcançam a faixa dos cobrados no Brasil em estádios, como nos shows de AC/DC e Paul McCartney.
Esses artistas permaneceram quase três horas no palco, o que provoca comparações desfavoráveis a Amy. Mas ela não tem as três ou quatro décadas de carreira desses nomes. Com dois discos no currículo, tem repertório para o set que programou.
Como sempre, desde o início da carreira, ela inclui covers na apresentação. No Brasil, ela já foi de Tony Bennett ("Boulevard of Broken Dreams") a Oasis ("Don't Look Back in Anger").
Parte do público reclama dos momentos em que Amy dá espaço para seus vocalistas de apoio cantarem, mas essa atitude já faz parte dos shows dela há cinco anos.
Essa participação de seus backing vocals pode ser um lance divertido no meio de um show em que Amy esteja arrebentando, cantando a toda força e dominando o público, ganhando a plateia.
Como agora ela não mostra mais boa forma física e vocal, os fãs ficam tensos e encaram os "descansos" de Amy como sinal de perigo. "Será que ela volta?"

SUMMER SOUL FESTIVAL

ONDE Arena Anhembi (r. Olavo Fontoura, 1.209)
QUANDO hoje, a partir das 18h
QUEM Miranda Kassin & André Frateschi (18h), Instituto (19h), Mayer Hawthorne (20h15), Janelle Monáe (21h45) e Amy Winehouse (23h15)
QUANTO de R$ 200 a R$ 500 (ingressos esgotados)
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


Texto Anterior: "Libertada", torre abriga arte e raridades do século 16
Próximo Texto: Teatro: Estreia de "Homem-Aranha" atrasa de novo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.