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OPINIÃO
Nelson Ascher passa a escrever às segundas-feiras
Jornal traz novos colunistas para a Ilustrada e o TV Folha
DA REPORTAGEM LOCAL
Três novidades marcam a equipe de colunistas dos cadernos
Ilustrada e TV Folha a partir desta semana. As mudanças começam na edição de hoje. Deste sábado em diante, a coluna "Rodapé", que sai semanalmente na página 2 da Ilustrada, passa a ser assinada pelo jornalista e ensaísta
Manuel da Costa Pinto.
O ocupante anterior da seção, o
ensaísta, poeta e tradutor Nelson
Ascher estréia, depois de amanhã,
coluna que sairá às segundas na
contracapa da Ilustrada.
A terceira modificação será no
TV Folha, publicado aos domingos. A partir do dia 23 de fevereiro
a coluna "Crítica", na página 2 do
suplemento semanal de TV da
Folha, será ocupada pela jornalista Bia Abramo .
Experiência em crítica cultural é
elemento comum aos novos titulares desses espaços opinativos
dos dois cadernos culturais. E todos já demonstram isso na Folha.
Ascher, 44, colabora com o jornal desde o início da década de 80.
Além de ter editado na Folha o
suplemento literário Folhetim e a
seção Livros do caderno Ilustrada, ele vem publicando regularmente no jornal ensaios, artigos e
poemas, seus ou traduzidos.
É sobre esses mesmos eixos que
se constrói sua bibliografia. Publicou livros de poemas, como "Algo de Sol" (editora 34), mais de
uma dezena de traduções de prosa e verso e coletâneas de ensaios,
a exemplo de "O Pomo da Discórdia". É em torno de certo "pomo
da discórdia", aliás, que ele pretende manter seu novo espaço.
"Alguns pontos que coloco são
um pouco polêmicos", diz Ascher. Entre os temas que pretende
discutir estão desde os longos reflexos do 11 de setembro até a crise mundial da universidade.
A produção literária e ensaística
européia também será alvo do colunista, que vive há dois anos em
Paris.
Se Ascher promete olhos abertos para o que as editoras lançam
fora é no que sai no Brasil que vai
se concentrar Manuel da Costa
Pinto. Esse corpo a corpo com o
que está em nossas prateleiras o
jornalista já vem mantendo há
tempos, em várias instâncias.
Aos 36 anos, ele já analisou os livros de dentro da universidade
-é mestre em teoria literária pela
Universidade de São Paulo-, do
interior das editoras -assessorou o crítico João Alexandre Barbosa na Edusp-, do ponto de
vista dos suplementos literários
(trabalhou entre 1994 e 1995 no
Mais!, da Folha) e também na visão de autor -escreveu "Albert
Camus: Um Elogio do Ensaio"
(Ateliê Editorial).
Desde 97 seu observatório vem
sendo a revista literária "Cult"
(editora 17), que ele fundou e ainda dirige. Costa Pinto estréia falando sobre o escritor alemão
W.G. Sebald, mas afirma que
quer, em especial, "flagrar a nova
literatura brasileira".
Mais do que sobre a nova TV
brasileira as colunas de Bia Abramo no TV Folha terão como objeto a reflexão sobre o amplo papel que a televisão ocupa na cultura nacional.
"Não quero fazer críticas pontuais a programas, mas refletir sobre tendências gerais da televisão
e sobre sua inserção na sociedade
brasileira", afirma.
O acompanhamento crítico da
"indústria cultural" não será novidade para Abramo. Em quase
seis anos de Folha ela trabalhou
no extinto caderno Letras e editou o Folhateen e a Ilustrada,
com a qual colabora desde sua
saída do jornal, em 1995, com resenhas de livros, CDs, filmes e
programas de televisão.
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