UOL


São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OPINIÃO

Nelson Ascher passa a escrever às segundas-feiras

Jornal traz novos colunistas para a Ilustrada e o TV Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

Três novidades marcam a equipe de colunistas dos cadernos Ilustrada e TV Folha a partir desta semana. As mudanças começam na edição de hoje. Deste sábado em diante, a coluna "Rodapé", que sai semanalmente na página 2 da Ilustrada, passa a ser assinada pelo jornalista e ensaísta Manuel da Costa Pinto.
O ocupante anterior da seção, o ensaísta, poeta e tradutor Nelson Ascher estréia, depois de amanhã, coluna que sairá às segundas na contracapa da Ilustrada.
A terceira modificação será no TV Folha, publicado aos domingos. A partir do dia 23 de fevereiro a coluna "Crítica", na página 2 do suplemento semanal de TV da Folha, será ocupada pela jornalista Bia Abramo .
Experiência em crítica cultural é elemento comum aos novos titulares desses espaços opinativos dos dois cadernos culturais. E todos já demonstram isso na Folha.
Ascher, 44, colabora com o jornal desde o início da década de 80.
Além de ter editado na Folha o suplemento literário Folhetim e a seção Livros do caderno Ilustrada, ele vem publicando regularmente no jornal ensaios, artigos e poemas, seus ou traduzidos.
É sobre esses mesmos eixos que se constrói sua bibliografia. Publicou livros de poemas, como "Algo de Sol" (editora 34), mais de uma dezena de traduções de prosa e verso e coletâneas de ensaios, a exemplo de "O Pomo da Discórdia". É em torno de certo "pomo da discórdia", aliás, que ele pretende manter seu novo espaço.
"Alguns pontos que coloco são um pouco polêmicos", diz Ascher. Entre os temas que pretende discutir estão desde os longos reflexos do 11 de setembro até a crise mundial da universidade.
A produção literária e ensaística européia também será alvo do colunista, que vive há dois anos em Paris.
Se Ascher promete olhos abertos para o que as editoras lançam fora é no que sai no Brasil que vai se concentrar Manuel da Costa Pinto. Esse corpo a corpo com o que está em nossas prateleiras o jornalista já vem mantendo há tempos, em várias instâncias.
Aos 36 anos, ele já analisou os livros de dentro da universidade -é mestre em teoria literária pela Universidade de São Paulo-, do interior das editoras -assessorou o crítico João Alexandre Barbosa na Edusp-, do ponto de vista dos suplementos literários (trabalhou entre 1994 e 1995 no Mais!, da Folha) e também na visão de autor -escreveu "Albert Camus: Um Elogio do Ensaio" (Ateliê Editorial).
Desde 97 seu observatório vem sendo a revista literária "Cult" (editora 17), que ele fundou e ainda dirige. Costa Pinto estréia falando sobre o escritor alemão W.G. Sebald, mas afirma que quer, em especial, "flagrar a nova literatura brasileira".
Mais do que sobre a nova TV brasileira as colunas de Bia Abramo no TV Folha terão como objeto a reflexão sobre o amplo papel que a televisão ocupa na cultura nacional.
"Não quero fazer críticas pontuais a programas, mas refletir sobre tendências gerais da televisão e sobre sua inserção na sociedade brasileira", afirma.
O acompanhamento crítico da "indústria cultural" não será novidade para Abramo. Em quase seis anos de Folha ela trabalhou no extinto caderno Letras e editou o Folhateen e a Ilustrada, com a qual colabora desde sua saída do jornal, em 1995, com resenhas de livros, CDs, filmes e programas de televisão.


Texto Anterior: "A Casa Negra": Best-seller é livro de terror que não assusta
Próximo Texto: Reedição traz embrião de Erico Verissimo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.