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Reedição traz embrião de Erico Verissimo
EMILIANO URBIM
DA REDAÇÃO
Prosseguindo com o plano da
editora Globo de lançar edições
revistas de toda a obra do escritor
gaúcho Erico Verissimo (1905-1975), chega às livrarias "Música
ao Longe" (1935). É o terceiro dos
sete romances da primeira fase do
autor, conhecida como "a dos romances urbanos sobre os dramas
da pequena-burguesia".
Nesta continuação de "Clarissa"
(1933), escrita em 20 dias para disputar (e vencer) um prêmio literário, estão presentes elementos
que fazem do livro uma espécie de
embrião da trilogia "O Tempo e o
Vento" (1949-62), obra-prima de
Verissimo que conta 200 anos da
história do Rio Grande do Sul.
A história se passa em Jacarecanga, cidade inventada, interiorana e gaúcha, como Santa Fé, de
"O Tempo e o Vento", e Antares,
de "Incidente em Antares". Lá
mora Clarissa, uma professora de
16 anos apaixonada pelo primo
rebelde Vasco. Através do diário
da moça vemos o cotidiano de sua
família, os Albuquerque, antes
donos de Jacarecanga e hoje endividados e decadentes.
No prefácio da edição de 1961
(incluído nesta), Verissimo chama "Música ao Longe" de "medíocre", lamentando justamente
que "o descalabro moral e econômico" dos Albuquerque fosse comentado por Clarissa. Seria "a
principal fraqueza da obra", diz.
MÚSICA AO LONGE. De: Erico Verissimo. Editora: Globo. Quanto: R$ 28 (224
págs.).
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