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SÉRIE
"Tru Calling" explora morbidez com humor
CLÁUDIA CROITOR
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES
Tem um pouco de "O Feitiço do
Tempo" (uma pessoa fica presa
num mesmo dia, acorda e vive
ontem novamente). Também algo de "O Sexto Sentido" ("Vejo
pessoas mortas"). Mais detalhes
que trazem à memória as séries
"Early Edition" e "O Quinteto",
misturados a um pouco do humor negro de "A Sete Palmos".
Tudo isso resultou na nova série
do canal Fox, que estréia amanhã,
às 21h: "Tru Calling", protagonizada por Eliza Dushku (a Faith de
"Buffy, a Caça-Vampiros").
Eliza é Tru, uma garota que viu
a mãe ser assassinada, tem uma
família problemática e, sonhando
em se tornar médica, arruma um
emprego no necrotério de NY. O
trabalho novo começa conturbado, quando uma moça morta a tiros, deitada dentro de uma gaveta
do necrotério, abre os olhos e pede ajuda a Tru. Que em seguida
acorda em sua casa, crente de que
tudo não passou de um sonho.
Mas a sensação fortíssima de
"déjà vu", aos poucos, vai se
transformando na certeza de que
Tru acordou no mesmo dia -e
terá de encarar uma reprise do
primeiro dia de emprego.
Percebe, então, que sua "missão" é tentar consertar os fatos e
evitar a tragédia que está por
acontecer (e, no meio tempo, tentar evitar tragédias menores com
sua família). Mas isso não será tão
simples. Tru fica presa no mesmo
dia até descobrir o jeito certo de
arrumar as coisas.
"As pessoas comparam a série
com alguns filmes e outros seriados, mas acho que ainda há muitas histórias a serem contadas, especialmente envolvendo uma jovem da minha idade. É um desafio", disse Eliza Dushku durante
entrevista em Los Angeles.
Para ela, esse tipo de série faz sucesso porque todo mundo tem alguma "fascinação mórbida" pela
morte. "É como quando você está
dirigindo e tem um acidente na
estrada. Todo mundo pára o carro para ver."
A jornalista viajou a Los Angeles a convite dos Estúdios Fox
TRU CALLING. Quando: amanhã, às 21h,
na Fox.
O filme de Hillary Swank
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Meninos Não Choram"
(Fox, 3h) é um filme de
atriz. A tal ponto que a gente até tende a esquecer a história. No entanto, ela é essencial até para a interpretação, porque a protagonista é uma garota que se faz
passar por homem.
Ou antes, estamos mesmo
diante de um caso de androginia: ela é mulher, homem até certo ponto. Ou vice-versa. É uma caipira que
nem sabe o que é androginia. O fato é que Hillary
Swank parece ter nascido
para esse papel, que interpreta com uma força e uma
presença dignas mesmo do
Oscar de melhor atriz que
ganhou.
Depois, Swank se apagou.
Em outros filmes que fez,
parece uma atriz qualquer.
Sem brilho especial. A imagem que deixou neste filme
é tão forte que parece barrar
qualquer outra que ela procure criar.
FILMES DE HOJE
O Pai da Noiva
SBT, 14h45
(Father of the Bride). EUA, 91, 119 min.
Direção: Charles Shyer. Com Steve
Martin, Kimberly Williams. Filha de 22
anos informa aos pais que vai se casar, e
pai ciumento entra em parafuso.
Comédia demodée.
Corra que a Polícia Vem Aí
Globo, 16h05.
(The Naked Gun). EUA, 1988, 85 min.
Direção: David Zucker. Com Leslie
Nielsen, Priscilla Presley. O tenente Frank
Drebin (Nielsen) ficará famoso, a partir
deste filme que abre uma série, por sua
incompetência desastrada. Neste
burlesco, ele tem por missão desbaratar
plano para assassinar a rainha da
Inglaterra. Bom humor.
Robocop 3
Record, 21h.
EUA, 1993, 104 min. Direção: Fred
Dekker. Com Robert Burke, Nancy Allen.
Corporação continua tentando dominar
Detroit e adjacências de forma
totalitária. Robocop ressurge para
defender a justiça. O princípio é o mesmo
do filme original (que é forte, combate as
corporações). Mas ficamos por aí.
Jogo Duro
Globo, 22h10.
(Reeinder Games). EUA, 2000, 104 min.
Direção: John Frankenheimer. Com Ben
Affleck, Gary Sinise, Charlize Theron. Ex-presidiário cujo objetivo é conquistar
uma garota é forçado pelo irmão dela a
participar de plano de assalto a um
cassino. Frankenheimer trabalha com
estrelas como Affleck e Sinise (e uma
futura estrela como Theron), mas nem
assim emplaca: perdeu a mão ou será
que nunca a teve verdadeiramente?
Othello
SBT, 1h35.
(Othello). EUA, 1995, 123 min. Direção:
Oliver Parker. Com Laurence Fishburne,
Kenneth Branagh, Irène Jacob, Nathaniel
Parker. Uma versão do "Othello" de
Shakespeare serve, basicamente, a se
comparar (desfavoravelmente) ao
"Othello" de Orson Welles. Dito isso, aqui
Branagh faz Iago, que enche de ciúmes a
cabeça do mouro Othello (Fishburne),
casado com a bela Desdêmona (Jacob),
com as trágicas conseqüências tão bem
conhecidas. Um "Othello" decente.
Intercine
Globo, 2h10.
Para começar a semana, o favorito dos
votantes foi "A Profecia" (1976, de
Richard Donner, com Gregory Peck, Lee
Remick). Para participar durante a
semana, liga-se 0800.70.9011 para votar
no primeiro filme, e 0800.70.9012 para
votar no segundo (o que vale em todas as
sessões, de segunda a sexta).
Duas Ovelhas Negras
SBT, 3h40.
(Freebie and the Bean). EUA, 1974, 113
min. Direção: Richard Rush. Com Alan
Arkin, James Caan. Aventuras e
desventuras cômicas de dois detetives, o
mexicano Bean e o americano Freebie,
em comédia levada por realizador que
está muito longe da indignidade e teve,
ao longo de sua carreira, alguns
momentos muito altos. O elenco é de
nível, por isso vale conferir. Só para São
Paulo.
(INÁCIO ARAUJO)
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