São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2004

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SÉRIE

"Tru Calling" explora morbidez com humor

CLÁUDIA CROITOR
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

Tem um pouco de "O Feitiço do Tempo" (uma pessoa fica presa num mesmo dia, acorda e vive ontem novamente). Também algo de "O Sexto Sentido" ("Vejo pessoas mortas"). Mais detalhes que trazem à memória as séries "Early Edition" e "O Quinteto", misturados a um pouco do humor negro de "A Sete Palmos".
Tudo isso resultou na nova série do canal Fox, que estréia amanhã, às 21h: "Tru Calling", protagonizada por Eliza Dushku (a Faith de "Buffy, a Caça-Vampiros").
Eliza é Tru, uma garota que viu a mãe ser assassinada, tem uma família problemática e, sonhando em se tornar médica, arruma um emprego no necrotério de NY. O trabalho novo começa conturbado, quando uma moça morta a tiros, deitada dentro de uma gaveta do necrotério, abre os olhos e pede ajuda a Tru. Que em seguida acorda em sua casa, crente de que tudo não passou de um sonho.
Mas a sensação fortíssima de "déjà vu", aos poucos, vai se transformando na certeza de que Tru acordou no mesmo dia -e terá de encarar uma reprise do primeiro dia de emprego.
Percebe, então, que sua "missão" é tentar consertar os fatos e evitar a tragédia que está por acontecer (e, no meio tempo, tentar evitar tragédias menores com sua família). Mas isso não será tão simples. Tru fica presa no mesmo dia até descobrir o jeito certo de arrumar as coisas.
"As pessoas comparam a série com alguns filmes e outros seriados, mas acho que ainda há muitas histórias a serem contadas, especialmente envolvendo uma jovem da minha idade. É um desafio", disse Eliza Dushku durante entrevista em Los Angeles.
Para ela, esse tipo de série faz sucesso porque todo mundo tem alguma "fascinação mórbida" pela morte. "É como quando você está dirigindo e tem um acidente na estrada. Todo mundo pára o carro para ver."


A jornalista viajou a Los Angeles a convite dos Estúdios Fox


TRU CALLING. Quando: amanhã, às 21h, na Fox.

O filme de Hillary Swank

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Meninos Não Choram" (Fox, 3h) é um filme de atriz. A tal ponto que a gente até tende a esquecer a história. No entanto, ela é essencial até para a interpretação, porque a protagonista é uma garota que se faz passar por homem.
Ou antes, estamos mesmo diante de um caso de androginia: ela é mulher, homem até certo ponto. Ou vice-versa. É uma caipira que nem sabe o que é androginia. O fato é que Hillary Swank parece ter nascido para esse papel, que interpreta com uma força e uma presença dignas mesmo do Oscar de melhor atriz que ganhou.
Depois, Swank se apagou. Em outros filmes que fez, parece uma atriz qualquer. Sem brilho especial. A imagem que deixou neste filme é tão forte que parece barrar qualquer outra que ela procure criar.

FILMES DE HOJE

O Pai da Noiva
SBT, 14h45

(Father of the Bride). EUA, 91, 119 min. Direção: Charles Shyer. Com Steve Martin, Kimberly Williams. Filha de 22 anos informa aos pais que vai se casar, e pai ciumento entra em parafuso. Comédia demodée.

Corra que a Polícia Vem Aí
Globo, 16h05.

(The Naked Gun). EUA, 1988, 85 min. Direção: David Zucker. Com Leslie Nielsen, Priscilla Presley. O tenente Frank Drebin (Nielsen) ficará famoso, a partir deste filme que abre uma série, por sua incompetência desastrada. Neste burlesco, ele tem por missão desbaratar plano para assassinar a rainha da Inglaterra. Bom humor.

Robocop 3
Record, 21h.

EUA, 1993, 104 min. Direção: Fred Dekker. Com Robert Burke, Nancy Allen. Corporação continua tentando dominar Detroit e adjacências de forma totalitária. Robocop ressurge para defender a justiça. O princípio é o mesmo do filme original (que é forte, combate as corporações). Mas ficamos por aí.

Jogo Duro
Globo, 22h10.

(Reeinder Games). EUA, 2000, 104 min. Direção: John Frankenheimer. Com Ben Affleck, Gary Sinise, Charlize Theron. Ex-presidiário cujo objetivo é conquistar uma garota é forçado pelo irmão dela a participar de plano de assalto a um cassino. Frankenheimer trabalha com estrelas como Affleck e Sinise (e uma futura estrela como Theron), mas nem assim emplaca: perdeu a mão ou será que nunca a teve verdadeiramente?

Othello
SBT, 1h35.

(Othello). EUA, 1995, 123 min. Direção: Oliver Parker. Com Laurence Fishburne, Kenneth Branagh, Irène Jacob, Nathaniel Parker. Uma versão do "Othello" de Shakespeare serve, basicamente, a se comparar (desfavoravelmente) ao "Othello" de Orson Welles. Dito isso, aqui Branagh faz Iago, que enche de ciúmes a cabeça do mouro Othello (Fishburne), casado com a bela Desdêmona (Jacob), com as trágicas conseqüências tão bem conhecidas. Um "Othello" decente.

Intercine
Globo, 2h10.

Para começar a semana, o favorito dos votantes foi "A Profecia" (1976, de Richard Donner, com Gregory Peck, Lee Remick). Para participar durante a semana, liga-se 0800.70.9011 para votar no primeiro filme, e 0800.70.9012 para votar no segundo (o que vale em todas as sessões, de segunda a sexta).

Duas Ovelhas Negras
SBT, 3h40.

(Freebie and the Bean). EUA, 1974, 113 min. Direção: Richard Rush. Com Alan Arkin, James Caan. Aventuras e desventuras cômicas de dois detetives, o mexicano Bean e o americano Freebie, em comédia levada por realizador que está muito longe da indignidade e teve, ao longo de sua carreira, alguns momentos muito altos. O elenco é de nível, por isso vale conferir. Só para São Paulo. (INÁCIO ARAUJO)

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