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"REALITY SHOW"
"O Aprendiz 2" apóia-se em personagens fortes
DA REDAÇÃO
Já que os assuntos tratados em
"O Aprendiz", "reality show" do
milionário americano Donald
Trump, vêm do mundo dos negócios, era de esperar que a lógica da
inflação ditasse o tom de sua segunda temporada.
No ar no Brasil a partir de amanhã pelo canal People + Arts, "O
Aprendiz 2" usa a fórmula das
continuações. Na falta de novas
idéias, dá-lhe um aumento nos
números que o cercam. A segunda temporada teve mais de 1 milhão de inscritos (a primeira teve
215 mil); o número de participantes é maior (18 em vez de 16), além
do perfil mais agressivo dos novos
personagens -o sucesso garantiu uma parte 3, atualmente no ar
nos EUA, além da abertura das
inscrições para a parte 4.
Desta vez, profissionais vindos
de universidades como Harvard,
Princeton e Yale competem com
gente sem diploma, apenas "com
a experiência das ruas".
No primeiro episódio, um homem lidera a equipe feminina, e
vice-versa. A tarefa proposta por
Trump: criar um novo brinquedo, que será avaliado por experts e
crianças. A equipe perdedora, dona do brinquedo considerado
mais sem graça, escolhe alguém
para ser eliminado do programa.
Se a graça maior do "O Aprendiz" inicial era ver Trump bradar
seu bordão ("Você está despedido!"), aqui os participantes ganham mais vida e destaque, já que
a produção se encarregou de selecionar tipos marcantes -e estereotipados- como é de costume
no formato. Há a loura devoradora e má, o sonhador garoto sem
experiências profissionais, além
da miscelânea racial.
A versão brasileira, com Roberto Justus, acabou revelando certos
matizes da cultura brasileira.
Com toda a sua pompa kitsch, "O
Aprendiz" americano é a metáfora mais clara do selvagem mundo
dos negócios, que, segundo
Trump, envolve blefes, máscaras
e algum esforço -o que diz muito sobre seu próprio país.
(BRUNO YUTAKA SAITO)
O Aprendiz 2
Quando: amanhã, às 21h, no canal
People + Arts
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