São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2005

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"REALITY SHOW"

"O Aprendiz 2" apóia-se em personagens fortes

DA REDAÇÃO

Já que os assuntos tratados em "O Aprendiz", "reality show" do milionário americano Donald Trump, vêm do mundo dos negócios, era de esperar que a lógica da inflação ditasse o tom de sua segunda temporada.
No ar no Brasil a partir de amanhã pelo canal People + Arts, "O Aprendiz 2" usa a fórmula das continuações. Na falta de novas idéias, dá-lhe um aumento nos números que o cercam. A segunda temporada teve mais de 1 milhão de inscritos (a primeira teve 215 mil); o número de participantes é maior (18 em vez de 16), além do perfil mais agressivo dos novos personagens -o sucesso garantiu uma parte 3, atualmente no ar nos EUA, além da abertura das inscrições para a parte 4.
Desta vez, profissionais vindos de universidades como Harvard, Princeton e Yale competem com gente sem diploma, apenas "com a experiência das ruas".
No primeiro episódio, um homem lidera a equipe feminina, e vice-versa. A tarefa proposta por Trump: criar um novo brinquedo, que será avaliado por experts e crianças. A equipe perdedora, dona do brinquedo considerado mais sem graça, escolhe alguém para ser eliminado do programa.
Se a graça maior do "O Aprendiz" inicial era ver Trump bradar seu bordão ("Você está despedido!"), aqui os participantes ganham mais vida e destaque, já que a produção se encarregou de selecionar tipos marcantes -e estereotipados- como é de costume no formato. Há a loura devoradora e má, o sonhador garoto sem experiências profissionais, além da miscelânea racial.
A versão brasileira, com Roberto Justus, acabou revelando certos matizes da cultura brasileira. Com toda a sua pompa kitsch, "O Aprendiz" americano é a metáfora mais clara do selvagem mundo dos negócios, que, segundo Trump, envolve blefes, máscaras e algum esforço -o que diz muito sobre seu próprio país. (BRUNO YUTAKA SAITO)


O Aprendiz 2
Quando:
amanhã, às 21h, no canal People + Arts


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