São Paulo, Segunda-feira, 15 de Março de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RELÂMPAGOS
Encruzilhada

JOÃO GILBERTO NOLL
Estava eu de partida, na rodoviária daquela cidade no interior do Rio Grande. Acabava-se a visita para conhecer esse meio-irmão, fruto de meu pai. Sim, ele me acompanhava na estação. Intercalávamos silêncios, frequentemente cheios de quietude, com tímidos risos, vindos de piadas que nos socorriam em instantes de pesadas reticências. Pensei que seria a mãe dele. Nada perguntei. Nem ele se referiu à minha. Éramos meio-irmãos e talvez não nos víssemos nunca mais. Quando o ônibus para Porto Alegre encostou, dei-lhe um abraço. Um cavalo relinchou por perto. A vida seguiria.


Texto Anterior: Em Londres: A influência da fotografia
Próximo Texto: Canto lírico: Gravadora lança pacote de obras de Bidu Sayão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.