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RELÂMPAGOS
Encruzilhada
JOÃO GILBERTO NOLL
Estava eu de partida, na
rodoviária daquela cidade
no interior do Rio Grande.
Acabava-se a visita para conhecer esse meio-irmão,
fruto de meu pai. Sim, ele
me acompanhava na estação. Intercalávamos silêncios, frequentemente cheios
de quietude, com tímidos
risos, vindos de piadas que
nos socorriam em instantes
de pesadas reticências. Pensei que seria a mãe dele. Nada perguntei. Nem ele se referiu à minha. Éramos
meio-irmãos e talvez não
nos víssemos nunca mais.
Quando o ônibus para Porto Alegre encostou, dei-lhe
um abraço. Um cavalo relinchou por perto. A vida
seguiria.
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