São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA Longa se recusa a impor seu humanismo ao espectador ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA De vez em quando, surge um filme que tenta levantar questões em vez de respondê-las, um filme que renega lições de moral. "Homens e Deuses" é esse filme. Estamos em 1996, na Argélia. O país está em guerra civil. Insurgentes jihadistas executam imigrantes croatas e a população árabe. Em um mosteiro, vivem oito monges cistercienses franceses, adorados pela população local, que frequentam cerimônias muçulmanas e dão atendimento médico. Quando os conflitos ameaçam até o mosteiro, surge o dilema: voltar à França ou ficar ao lado da população? O diretor francês Xavier Beauvois não transforma o dilema dos monges em uma opção pelo heroísmo. É uma questão de fé. "Homens e Deuses" é um filme lento e silencioso, que, sem alarde, toca em questões como a fé, a tolerância religiosa e o colonialismo. Há uma cena em que um dos monges, médico, tem de decidir se atende a um carrasco que aterroriza a população local. No recente "Em Um Mundo Melhor", vencedor do Oscar, há uma sequência semelhante. Vale a pena comparar as duas cenas, até para ver a diferença entre um filme que impinge seu humanismo ao espectador e um que prefere deixar o público tirar suas próprias conclusões. HOMENS E DEUSES DIREÇÃO Xavier Beauvois PRODUÇÃO França, 2010 COM Lambert Wilson, Michael Lonsdale e Olivier Rabourdin ONDE nos cines Livraria Cultura, Espaço Unibanco Pompeia, Reserva Cultural e circuito CLASSIFICAÇÃO 12 anos AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Cannes terá Almodóvar e Lars Von Trier Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: O que fazer com a revolução Índice | Comunicar Erros |
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