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"Maior do mundo", Skol Beats foi pequeno para o Prodigy
Superlotado, show da banda inglesa causa tumulto no bom festival de música eletrônica
em São Paulo
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ADRIANA FERREIRA
GUSTAVO FIORATTI
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior festival de música eletrônica da América Latina -ou
do mundo, como alardeou a organização do Skol Beats- foi pequeno demais para o Prodigy.
Pouco antes de a banda inglesa
subir ao palco principal, a maior
parte do público de 59.500 pessoas tentou arrumar um lugar para assistir ao grupo, esvaziando os
outros cinco espaços do evento.
O palco foi colocado na área
chamada Arena Skol Anhembi
-que serve como concentração
das escolas de samba nos desfiles
de Carnaval de São Paulo.
O público que acabara de ver o
show dos norte-americanos LCD
Soundsystem, à 1h da manhã de
domingo, não conseguia sair do
espaço devido ao grande fluxo de
gente que tentava entrar no local.
Houve um empurra-empurra generalizado, várias pessoas passaram mal e tiveram de ser atendidas nos postos médicos do complexo do Anhembi. Além disso,
foram registrados 50 casos de furto ou extravio de objetos como
bolsas, carteiras e celulares.
Para assistir à apresentação do
Prodigy, muita gente subiu às arquibancadas laterais do sambódromo. Mesmo com a visão bem
prejudicada, era a única solução
para evitar a confusão da massa
que se formou em frente ao palco.
Já distante do auge, o Prodigy
mostrou que ainda exerce enorme fascinação no público brasileiro. A banda é tida como responsável por imprimir atitude e visual
punk à dance music dos anos 90.
O hit "Smack My Bitch Up" foi
cantado a plenos pulmões pela
multidão ao final do show.
A banda é liderada pelo produtor Liam Howlett e tem nos seus
dois carismáticos vocalistas,
Keith Flint e Maxim Reality, o
apelo pop entre o público jovem.
Minuto de silêncio
Bem antes do início da apresentação do Prodigy, houve um minuto de silêncio no Skol Beats, liderado pelo DJ Patife no palco
principal. Foi um tributo aos policiais mortos em São Paulo nos
ataques realizados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) desde a última sexta. Patife ainda
agradeceu à PM pela sua atuação
na segurança do festival.
No trio elétrico do festival, DJ
Marlboro dedicou sua última música às vítimas do PCC.
Mais de 80 atrações perpetraram a maratona de apresentações
do Skol Beats, entre as 16h de sábado e as 9h50 de domingo.
À parte os problemas no show
do Prodigy, a estrutura do festival
funcionou: o sistema de som estava alto e nítido e não faltou cerveja
(como em outros anos) e esta era
mais barata (R$ 2) do que água
mineral (R$ 3). A decoração das
tendas, no Espaço da Aeronáutica, do outro lado da av. Olavo
Fontoura, foi elogiada por clubbers (foram plantadas palmeiras,
e o chão foi coberto por pedras).
Mas as extensas e chatas filas para ir ao banheiro e um problema
no som no início da apresentação
de Mau Mau e Anderson Noise
foram detalhes incômodos.
Ao contrário do ano passado,
esta sétima edição do Skol Beats
foi recheada por várias boas apresentações, que animaram o público tanto no palco como nas tendas e no trio elétrico. Os roqueiros
LCD Soundsystem, os produtores
Gui Boratto e Renato Cohen e os
DJs Sven Väth, Tiga, Plump DJs,
Marlboro, Murphy e Armin van
Buuren foram os destaques da
maratona (veja quadro ao lado).
A iniciativa de dedicar um espaço exclusivo ao trance psicodélico
também agradou. O gênero é o
mais popular da eletrônica no
Brasil, e, no festival, ficou a cargo
do núcleo de festas Tribe organizar o local e escolher os DJs. O espaço foi decorado para lembrar
uma rave, com desenhos lisérgicos e mudas de árvores.
A tenda do drum'n'bass, chamada DJ Marky & Friends, esteve
cheia em quase todo o festival.
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