São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tendas reagrupam turmas dos clubes

DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu sou do psy", bradava Thiago Marques, em frente ao palco Tribe, comemorando a criação de um espaço dedicado ao gênero psy-trance nesta edição do Skol Beats. Para, em seguida, apontar vários rostos familiares que o cercavam: "Tudo "brother" que eu vejo em rave, na Tribe e na Xxxperience, principalmente".
Assim como Thiago, outros entusiastas da música eletrônica também tiveram a chance de reconhecer comparsas de clubes e raves, de acordo com suas afinidades musicais.
As tendas DJ Marky & Friends (drum'n'bass), DJ Mag (house e progressive) e The End (tecno e tech-house), apesar de próximas umas às outras, acabaram dividindo galeras de festas pontuais e clubes específicos da cena paulistana.
Em particular a tenda DJ Marky & Friends, em sintonia com a turma do hip hop, embalada pelas bem realizadas parcerias entre MCs e DJs de drum'n'bass. "Trombo com esses caras direto", apontou André Antônio. "Aqui tem mais gente da periferia. Aqui o "street" predomina. Hoje o drum'n'bass não tem muito espaço em São Paulo, mas a galera continua a mesma", completou.
Na The End, não deu outra: habituês dos clubes Vegas e D-Edge embalaram seus passos juntos, ao som principalmente de minimal, variação do tecno defendida por Loco Dice e que encontra refúgio nesses dois clubes. "Em certos momentos, a sensação é de estar num ambiente muito parecido com o dos clubes", defende Graziela Rodrigues, publicitária.
Na DJ Mag, por sua vez, muita gente dos clubes Sirena (que fica em Maresias e reúne um público de mauricinhos e surfistas) e do Clube A. "É uma galera, tipo, com cara de Itaim", ironiza Paula Santiolo, em referência ao perfil do bairro paulistano.
A ironia dá dica de certa rivalidade entre as turmas. A "galera do psy-trance", por exemplo, "sofre de muitos preconceitos por parte de outras turmas", segundo o estudante de cinema Guilherme Rocha, 21. "Dizem que o pessoal do trance só tem gente "locona'", tenta explicar o rapaz.
Rivalidade pequena. Só para dar um pouco mais de molho ao caldeirão de mais de 59 mil pessoas.


Texto Anterior: "Maior do mundo", Skol Beats foi pequeno para o Prodigy
Próximo Texto: Skol Beats: "Deus está neste festival", prega padre
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.