São Paulo, sábado, 15 de maio de 2010

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Virada começa com veterano do Buena Vista e nova geração

Barbarito Torres reúne jovem de 22 anos e cantor do Afro-Cuban All Stars em performance em que toca alaúde nas costas; evento tem mil atrações gratuitas

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre barracas de pastéis e filmes do Godzilla, bandas cover e sobreviventes de antigas formações, palcos temáticos dedicados a estilos como reggae e rock, a Virada Cultural chega à sua edição mais eclética.
Quase duas dezenas de palcos estão montados na região do centro e da Luz (por toda a cidade são mais de mil atrações gratuitas), com shows de todos os estilos, de todos os tamanhos, para todos os gostos.
Abrindo o evento, hoje, às 18h, no palco principal na praça Júlio Prestes, estão os cubanos Barbarito Torres -membro do Buena Vista- e o cantor Ignacio "Mazacote" Carrillo. No mesmo local, haverá shows de Zélia Duncan, Céu e Instituto.
Bárbaro Alberto Torres Delgado, ou Barbarito, 54, ficou conhecido com o filme "Buena Vista Social Club", que retratava nomes sublimes e quase esquecidos da música cubana.
Ao lado de artistas como os saudosos Compay Segundo (1907-2003) e Ibrahim Ferrer (1927-2005), mas de uma geração mais jovem, Barbarito carrega a tradição tocando seu alaúde com virtuosismo -já é tradicional seu mise-en-scène de tocar o instrumento nas costas, com os braços para trás.
Barbarito hoje se apresenta com Ignacio "Mazacote" Carrillo -que não aparece no filme, mas vem da mesma geração e tradição que os cantores protagonistas. "Carrillo é um músico veterano de Cuba, um dos mais importantes do país", comentou Barbarito por telefone, de sua casa, em Havana.
"Ele canta há muito tempo, ficou famoso com orquestras nos anos 40, depois como membro do Afro-Cuban All Stars. Tem 83 anos e está como nunca! Cantando perfeitamente, bem de saúde, é incrível."
É a quarta vez que Barbarito vem ao Brasil, e o enorme público da Virada não intimida. Em visitas anteriores, em João Pessoa e na Bahia, tocou a céu aberto para uma plateia de até 300 mil pessoas. "É o sonho de todo músico cubano tocar no Brasil, tenho sorte."
"Todo artista cubano é fanático pela música brasileira, ela é muito importante para nós. Nossas músicas são parentes, as raízes são as mesmas", diz.
O "rei do alaúde", como é chamado, conta também que o show é um momento de celebração da música cubana. "Com três gerações de cantores: além do Ignacio, vão comigo as cantoras Conchita Torres e Laritza Bacallao", explica.
"Conchita é especialista em música rural cubana. E Laritza é uma jovenzinha de 22 anos que conhece os pilares, mas tem estilo novo."
Entre os outros destaques da Virada, que começa os últimos shows às 18h de amanhã, estão Hermeto Pascoal e o tradicional ponto de música brega no largo do Arouche.


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