Cantor faz shows hoje e amanhã no Credicard Hall

DA SUCURSAL DO RIO

A primeira temporada que Zeca Pagodinho fez no Credicard Hall com o repertório do CD "Acústico MTV 2 - Gafieira" foi em novembro, quase no verão. Os shows de hoje e amanhã, quase no inverno, exigiram mais cuidados do cantor. "O Rio está rouco. Até a Glória Pires estava rouca na novela ["Paraíso Tropical'] outro dia.
Tudo bem que o meu forte é a rouquidão, mas não posso ficar sem falar. Estou aqui deitado, tomando 75 remédios e fazendo mil orações. E cerveja, zero.
Quem diria...", disse ele, de sua casa ("moro de frente para a maresia"), no início da semana.

Gafieira
No repertório, estão sambas antigos que ganharam novos arranjos, como "Beija-Me" (Roberto Martins/Mário Rossi), "Piston de Gafieira" (Billy Blanco), "Tarzan, o Filho do Alfaiate" (Noel Rosa/Vadico), "Tive Sim" (Cartola) e "Pisei num Despacho" (Geraldo Pereira/Elpídio Vianna).
"Gafieira é a elegância do samba, o malandro que leva a madame para dançar. Antigamente, no subúrbio, qualquer botequim ou inferninho tinha [música de gafieira]. Hoje não tem", lamenta.
"Judia de Mim", "Casal sem Vergonha" e "Quintal do Céu" são músicas do início da carreira que Zeca canta no show. Entre as mais recentes estão "Quem É Ela?", "Dona Esponja" e "Ratatúia". O cantor não dispensa a ajuda de um monitor exibindo as letras.
"Letra até é fácil, o difícil é guardar o roteiro [ordem das músicas]. É muita conta para pagar, filho para criar, a idade já é outra, a cabeça não agüenta", explica Zeca, 48, que será acompanhado por uma banda de 20 pessoas.