São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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"HERBIE: MEU FUSCA TURBINADO"

Sem gasolina, Volks-05 engasga e morre

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O fusquinha Herbie de "Se Meu Fusca Falasse", de Robert Stevenson, tinha a seu favor um escapismo idílico, uma vez que, em 1968, um carro com sensibilidade, meio hippie, era algo inédito. Vietnã, neoliberalismo, PT repetindo descaminhos políticos: muitos sonhos morreram nesses quase 40 anos. Resta ao simpático Volkswagen de "Herbie: Meu Fusca Turbinado" apenas competir e ganhar corridas.
O que é muito pouco cinematograficamente, uma vez que o mandamento machista de que mulher no volante é perigo constante confirma-se com a direção de Angela Robinson. Um desastre, no qual o ótimo começo, com visual passadista mostrando um Herbie em ruínas, cede aos closes e decupagem de telenovelas.
O maior problema é o afinamento cego a uma lógica da vitória. Maggie (Lindsay Lohan) tenta salvar a equipe de corridas de seu pai (Michael Keaton), com o Fusca que possui dons humanos. É um Christine, o carro assassino, do bem. Exímia piloto em estado de graça, cultivará o arrivismo do dândi Trip (Matt Dillon).
É o circo da Nascar, o famoso torneio norte-americano que traduz algo daquele país, na espetacularização que torna a vitória uma marca rentável. O Herbie 2005 é um pouco isso, mas suas imagens parecem anêmicas até mesmo perto de um "Dias de Trovão". E a comparação, aqui, é com o filme dirigido pelo fraco Tony Scott, o que só aponta a má colocação de "Herbie". (PSL)


Herbie: Meu Fusca Turbinado
Herbie: Fully Loaded
Direção: Angela Robinson
Produção: EUA, 2005
Com: Lindsay Lohan, Michael Keaton
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Central Plaza e circuito


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