|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Opinião
Talentoso e doce, ele é um ator que vicia
SÉRGIO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Falar sobre Lázaro Ramos é fácil. O risco que
corro é o de exagerar nos
elogios. Sou fã do cara.
Além de talentoso, ele é
doce, disciplinado e tem
bom humor. Pouquíssimas pessoas com quem
trabalhei reúnem essas
qualidades. Quase sempre,
quem tem talento demais
relaxa um pouco no quesito dedicação ou desenvolve algum resquício de arrogância (o fracasso da seleção na Copa é o mais perfeito exemplo disso!!!).
O sucesso que ele atingiu nos últimos anos não
fez com que ele mudasse.
Lazinho descobriu cedo
que o oba-oba em torno da
atividade é efêmero e desnecessário. Sacou logo que
o que fica mesmo é o trabalho duro e consistente.
Eu o conheço desde o
início, no Bando de Teatro
do Olodum. Fiz o primeiro
teste para "Madame Satã".
Ele me impressionou desde aquela época. Lembro
que assisti aos testes com
Karim [Aïnouz] e Waltinho [Salles] e a gente lamentou o fato de ele não
ter a idade certa.
Felizmente, o filme foi
adiado o suficiente para
ele construir uma das mais
brilhantes atuações do cinema brasileiro recente.
Trabalhar com ele em
"Cidade Baixa" foi um prazer enorme. Além de ator,
foi cúmplice. Confio tanto
nele que o deixei participar até da montagem do
filme. Ele é um ator que vicia. Não tenho a menor
dúvida de que trabalharei
com ele em meus próximos projetos.
SÉRGIO MACHADO é cineasta, diretor
de "Onde a Terra Acaba" e "Cidade Baixa"
Texto Anterior: Lázaro Ramos se olha no "Espelho" Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|