São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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Opinião

Talentoso e doce, ele é um ator que vicia

SÉRGIO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Falar sobre Lázaro Ramos é fácil. O risco que corro é o de exagerar nos elogios. Sou fã do cara. Além de talentoso, ele é doce, disciplinado e tem bom humor. Pouquíssimas pessoas com quem trabalhei reúnem essas qualidades. Quase sempre, quem tem talento demais relaxa um pouco no quesito dedicação ou desenvolve algum resquício de arrogância (o fracasso da seleção na Copa é o mais perfeito exemplo disso!!!).
O sucesso que ele atingiu nos últimos anos não fez com que ele mudasse. Lazinho descobriu cedo que o oba-oba em torno da atividade é efêmero e desnecessário. Sacou logo que o que fica mesmo é o trabalho duro e consistente. Eu o conheço desde o início, no Bando de Teatro do Olodum. Fiz o primeiro teste para "Madame Satã".
Ele me impressionou desde aquela época. Lembro que assisti aos testes com Karim [Aïnouz] e Waltinho [Salles] e a gente lamentou o fato de ele não ter a idade certa. Felizmente, o filme foi adiado o suficiente para ele construir uma das mais brilhantes atuações do cinema brasileiro recente.
Trabalhar com ele em "Cidade Baixa" foi um prazer enorme. Além de ator, foi cúmplice. Confio tanto nele que o deixei participar até da montagem do filme. Ele é um ator que vicia. Não tenho a menor dúvida de que trabalharei com ele em meus próximos projetos.


SÉRGIO MACHADO é cineasta, diretor de "Onde a Terra Acaba" e "Cidade Baixa"


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