Companhia norte-americana traz novamente ao país "Lunar Sea" e "Opus Cactus"

RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mesmos corpos que num dia são seres etéreos e iluminados tornam-se cobras e lagartos no outro. É com a leveza e a aridez de dois espetáculos já apresentados no Brasil, "Lunar Sea" (2005) e "Opus Cactus" (2001), que a companhia norte-americana Momix volta a São Paulo.
"A nossa busca é sempre por evoluir. Então, pode ser uma experiência nova mesmo para quem já viu", diz à Folha Moses Pendleton, que criou a companhia há 27 anos.
Em "Lunar Sea" (mar lunar), os intérpretes flutuam com a ajuda de luzes e sombras. Quase não se distinguem os corpos: o que pareciam aves vira uma figura geométrica; um ser de quatro pernas se multiplica e desliza pelo palco, sem troncos.
"É como ver obras numa galeria de arte. As cenas não precisam formar uma seqüência lógica, mas, isoladamente, cada uma delas tem uma mensagem que depende da interpretação individual", diz Pendleton.
O que falta de chão em "Lunar..." sobra em "Opus...", que recria o deserto do Arizona -os corpos formam flores, pássaros e cactos. Além do Rio, onde o Momix esteve na semana passada, SP será a única cidade a receber os espetáculos -hoje e amanhã, "Lunar...", e, sexta e sábado, "Opus...". O grupo passará ainda por Brasília, Salvador, Recife e Curitiba, com um espetáculo em cada uma.