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Rainha Vitória
"escreveu' Alice
da Reportagem Local
Morton Cohen cita em seu livro
uma série de interpretações dadas
por estudiosos a "Alice no País
das Maravilhas". Tentam, como é
comum no meio acadêmico, encontrar significados para as alegorias usadas por Charles Dodgson.
São interpretações bizarras, que
o próprio Cohen prefere desprezar. "É um livro fantástico, inspirado na infância do próprio autor. Alice é Charles", resume.
Os significados encontrados para Alice são, porém, divertidíssimos. Segundo ele, houve um autor, por exemplo, que demonstrou
que Alice não foi escrito por Carroll, mas pela rainha Vitória.
Houve quem dissesse, também,
que o livro seria sobre uma mulher
em trabalho de parto, e que a entrada de Alice/Dodgson na toca do
coelho seria uma expressão do desejo do autor por sexo.
Outro escritor afirma que as fantásticas aventuras de Alice sob a
terra seriam, na verdade, resultado de experiências de Carroll no
uso de ácido lisérgico como instigador da imaginação, um século
antes dos psicodélicos anos 60.
Um "crítico eminente", segundo o biógrafo, afirma que a
história é sobre dor de barriga e a
fase em que a criança aprende a
usar o banheiro. "Um artigo recente chega a sugerir que Alice é o
símbolo da mulher decaída (ela
não cai, afinal, na toca do coelho?)", conta Cohen.
Para ele, "essas leituras excêntricas, apesar de divertir, não nos
ajudam a entender melhor Carroll
e sua obra". Na biografia, prefere
aludir à influência de outros autores sobre Dodgson, como Blake e
Rousseau.
(CM)
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