São Paulo, sábado, 15 de agosto de 1998

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Rainha Vitória "escreveu' Alice

da Reportagem Local

Morton Cohen cita em seu livro uma série de interpretações dadas por estudiosos a "Alice no País das Maravilhas". Tentam, como é comum no meio acadêmico, encontrar significados para as alegorias usadas por Charles Dodgson.
São interpretações bizarras, que o próprio Cohen prefere desprezar. "É um livro fantástico, inspirado na infância do próprio autor. Alice é Charles", resume.
Os significados encontrados para Alice são, porém, divertidíssimos. Segundo ele, houve um autor, por exemplo, que demonstrou que Alice não foi escrito por Carroll, mas pela rainha Vitória.
Houve quem dissesse, também, que o livro seria sobre uma mulher em trabalho de parto, e que a entrada de Alice/Dodgson na toca do coelho seria uma expressão do desejo do autor por sexo.
Outro escritor afirma que as fantásticas aventuras de Alice sob a terra seriam, na verdade, resultado de experiências de Carroll no uso de ácido lisérgico como instigador da imaginação, um século antes dos psicodélicos anos 60.
Um "crítico eminente", segundo o biógrafo, afirma que a história é sobre dor de barriga e a fase em que a criança aprende a usar o banheiro. "Um artigo recente chega a sugerir que Alice é o símbolo da mulher decaída (ela não cai, afinal, na toca do coelho?)", conta Cohen.
Para ele, "essas leituras excêntricas, apesar de divertir, não nos ajudam a entender melhor Carroll e sua obra". Na biografia, prefere aludir à influência de outros autores sobre Dodgson, como Blake e Rousseau. (CM)



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