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GRAMMY LATINO
Mexicanos são os maiores vencedores
Músicos brasileiros ficam de fora da premiação principal
TATIANA ISLER
ESPECIAL PARA A FOLHA
O primeiro Grammy Latino de
música, que aconteceu anteontem, em Los Angeles, valorizou as
já consagradas estrelas do mercado norte-americano.
Abriram a noite os apresentadores Gloria Estefan, Jennifer López e Andy Garcia, chamando o
primeiro a cantar: Ricky Martin,
seguido por Christina Aguilera.
Os prêmios também não revelaram ou promoveram nomes desconhecidos da música latina.
Entre as únicas oito categorias,
de um total de 40, apresentadas
na cerimônia de premiação, Santana, com o grupo Maná, e Shakira foram os vencedores da noite:
dois Grammy para cada um.
Santana também foi o mais premiado no total, com três vitórias,
ao lado de Maná e Luis Miguel
-todos mexicanos.
O Brasil ficou de escanteio e só
apareceu mesmo nas sete disputas exclusivas para a música brasileira, que foram divulgadas antes
da festa transmitida pela televisão, junto com mais 35 categorias.
E quase nenhum dos brasileiros
vencedores estava presente. "Ah,
queria tanto entregar um prêmio
hoje", disse a frustrada apresentadora, depois de chamar os ausentes Os Paralamas do Sucesso, vencedores do melhor álbum de rock
brasileiro, com "Acústico MTV".
Os outros vencedores foram:
Milton Nascimento (melhor álbum brasileiro pop contemporâneo), Zeca Pagodinho (melhor álbum de samba/pagode), Caetano
Veloso (melhor álbum de MPB),
Sérgio Reis (melhor álbum de
música sertaneja), Paulo Moura
(melhor álbum de música regional ou de raízes brasileiras) e Djavan (melhor canção brasileira).
Ao saber do resultado da premiação, Moura, que concorreu
com o CD "Pixinguinha e os Oito
Batutas", disse que o Grammy "é
o reconhecimento de um trabalho
sério que sempre norteou minha
carreira". "Procuro abrir novos
caminhos, sendo fielmente brasileiro. E fazer melhor a cada novo
disco ou show."
Entre os que compareceram ao
Grammy e não levaram, estão
Ivete Sangalo, Zizi Possi, Só Pra
Contrariar, Eliana, Roberta Miranda e Los Hermanos.
A homenagem da noite para o
Brasil ficou na voz de Djavan, o
único do país a cantar na cerimônia de entrega e que foi aplaudido
de pé.
"Djavan foi um dos meus preferidos", disse Juan Luis Guerra,
que levou duas estatuetas do
Grammy: melhor performance de
merengue e melhor engenharia
de gravação para um álbum.
Outros vencedores comentaram, em entrevistas à Folha, a importância da música brasileira.
"Amo a MPB há muitos anos,
especialmente Caetano, Milton
Nascimento, Chico Buarque e Vinicius; sim, porque sou do tempo
de Vinicius de Moraes", disse
Mercedes Sosa, vencedora do melhor álbum folclórico.
"Sou um fã da música brasileira
e foi encantador trabalhar com Só
Pra Contrariar e Daniela Mercury", disse Emilio Estefan Jr.,
que ganhou o prêmio de produtor do ano.
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