São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2000

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GRAMMY LATINO
Mexicanos são os maiores vencedores
Músicos brasileiros ficam de fora da premiação principal

TATIANA ISLER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O primeiro Grammy Latino de música, que aconteceu anteontem, em Los Angeles, valorizou as já consagradas estrelas do mercado norte-americano.
Abriram a noite os apresentadores Gloria Estefan, Jennifer López e Andy Garcia, chamando o primeiro a cantar: Ricky Martin, seguido por Christina Aguilera.
Os prêmios também não revelaram ou promoveram nomes desconhecidos da música latina.
Entre as únicas oito categorias, de um total de 40, apresentadas na cerimônia de premiação, Santana, com o grupo Maná, e Shakira foram os vencedores da noite: dois Grammy para cada um.
Santana também foi o mais premiado no total, com três vitórias, ao lado de Maná e Luis Miguel -todos mexicanos.
O Brasil ficou de escanteio e só apareceu mesmo nas sete disputas exclusivas para a música brasileira, que foram divulgadas antes da festa transmitida pela televisão, junto com mais 35 categorias.
E quase nenhum dos brasileiros vencedores estava presente. "Ah, queria tanto entregar um prêmio hoje", disse a frustrada apresentadora, depois de chamar os ausentes Os Paralamas do Sucesso, vencedores do melhor álbum de rock brasileiro, com "Acústico MTV".
Os outros vencedores foram: Milton Nascimento (melhor álbum brasileiro pop contemporâneo), Zeca Pagodinho (melhor álbum de samba/pagode), Caetano Veloso (melhor álbum de MPB), Sérgio Reis (melhor álbum de música sertaneja), Paulo Moura (melhor álbum de música regional ou de raízes brasileiras) e Djavan (melhor canção brasileira).
Ao saber do resultado da premiação, Moura, que concorreu com o CD "Pixinguinha e os Oito Batutas", disse que o Grammy "é o reconhecimento de um trabalho sério que sempre norteou minha carreira". "Procuro abrir novos caminhos, sendo fielmente brasileiro. E fazer melhor a cada novo disco ou show."
Entre os que compareceram ao Grammy e não levaram, estão Ivete Sangalo, Zizi Possi, Só Pra Contrariar, Eliana, Roberta Miranda e Los Hermanos.
A homenagem da noite para o Brasil ficou na voz de Djavan, o único do país a cantar na cerimônia de entrega e que foi aplaudido de pé.
"Djavan foi um dos meus preferidos", disse Juan Luis Guerra, que levou duas estatuetas do Grammy: melhor performance de merengue e melhor engenharia de gravação para um álbum.
Outros vencedores comentaram, em entrevistas à Folha, a importância da música brasileira.
"Amo a MPB há muitos anos, especialmente Caetano, Milton Nascimento, Chico Buarque e Vinicius; sim, porque sou do tempo de Vinicius de Moraes", disse Mercedes Sosa, vencedora do melhor álbum folclórico.
"Sou um fã da música brasileira e foi encantador trabalhar com Só Pra Contrariar e Daniela Mercury", disse Emilio Estefan Jr., que ganhou o prêmio de produtor do ano.


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