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CINEMA
O diretor Manoel de Oliveira confirma vinda ao país para ser homenageado em livro e participar de "Bem-Vindo a SP"
28ª Mostra tem mais espaços gratuitos
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Nem a 28ª Mostra Internacional
de Cinema de São Paulo começou
e já traz um adendo: a presença do
português Manoel de Oliveira,
que deve chegar provavelmente
na última semana do evento (de
22 de outubro a 4 de novembro).
O cineasta não vem apenas como convidado. Ele também será
tema de um livro, a ser lançado na
edição do ano que vem do festival,
e terá um episódio no filme coletivo "Bem-Vindo a São Paulo", homenagem de diversos diretores
ao iraniano Abbas Kiarostami.
O curta de Oliveira deve se ambientar num parque da cidade,
onde dois amigos se encontram
durante um cooper. O cotidiano
do mundo moderno vai impedir a
comunicação entre eles.
O diretor português não estava
previsto nas filmagens iniciais.
"Não o convidei porque sabia que
ele estava filmando seu "O Quinto
Império - Ontem como Hoje"
[que também será apresentado na
28ª Mostra]. Mas, ao saber do
projeto, ele fez questão de participar", conta Leon Cakoff, organizador e curador do evento. "O que
exibiremos é um "work in progress" [trabalho em andamento],
então talvez dê tempo de entrar o
episódio do Manoel já nessa primeira apresentação que faremos
durante a Mostra." O filme, feito
por nomes como o brasileiro Caetano Veloso, o australiano Phillip
Noyce, a portuguesa Maria de
Medeiros, o japonês Kiju Yoshida, o malaio Tsai Ming-liang, entra em circuito no ano que vem.
Outra novidade está no circuito
gratuito, que cresce com a inclusão da sala da galeria Olido e de
sessões ao ar livre no vão do
Masp. A programação ainda não
está definida e só deve sair no sábado, quando começam a ser
vendidos os ingressos no quiosque oficial do evento, no Conjunto Nacional, na avenida Paulista.
De graça também vão ser as sessões no CEU Vila Curuçá, na zona
leste da cidade, com uma programação de filmes nacionais e cópias dubladas. É uma das poucas
participações da Prefeitura de São
Paulo neste ano, como assinalou o
secretário municipal de Cultura,
Celso Frateschi, anteontem em
entrevista coletiva: "A prefeitura
colabora como e quando pode.
Neste ano pôde um pouco menos". Mas não desmereceu a maratona cinematográfica: "Só a loucura de alguns faz com que esta cidade se movimente, cresça".
Ao custo de R$ 4,3 milhões, esta
28ª edição reúne 329 produções
-entre 268 longas e 61 curtas. É
quase o mesmo número da gigantesca edição do ano passado, que
teve 265 longas e 81 curtas.
As retrospectivas homenageiam
o canadense Guy Maddin, o iraniano Abbas Kiarostami e o israelense Amos Gitai. Os dois últimos,
além de lançarem livros e abrirem
exposições, também darão aulas
magnas na Faap.
O festival também conta uma
presença mais marcante dos documentários. "Não tinha reparado nesse aspecto ainda", diz Leon
Cakoff, "mas o mundo precisa de
documentários. Faz parte do despojamento que caracteriza esta
edição da Mostra".
A cantora Jane Birkin, além de
estrelar o longa "Obrigada, Dra.
Rey", de Andrew Litvack, faz
show no encerramento, no dia 4
de novembro, no Sesc Pinheiros.
Tendo lançado recentemente
um disco de duetos com nomes
como Manu Chao, Caetano Veloso e Brian Ferry, ainda não definiu
como será sua apresentação.
Mas a música não estará presente apenas no final do evento. O DJ
Joakim fará uma trilha eletrônica
para acompanhar as exibições de
"A Queda da Casa de Usher"
(1928), de Jean Epstein.
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